Depois da operação da Polícia Federal (PF) que expôs o esquema bilionário de roubo dos aposentados, o governo tenta conter a crise no INSS e definir como devolver o dinheiro aos beneficiários. A oposição pressiona e tenta desgastar ainda mais o Planalto, agora sob nova turbulência.
O foco da gestão é responsabilizar os envolvidos e viabilizar a devolução dos valores retirados de forma irregular.
No domingo (4), o novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, reuniram-se para articular ações. “O cargo de presidente do INSS é novo para ele, o cargo de ministro de Estado também é novo para mim. Estamos conscientes de que temos um enorme desafio em comum. E só vamos sair bem dele se eu e ele estivermos alinhados e colaborativos. Essa é a nossa disposição”, disse Queiroz.
O ministro também se encontrou com a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior. “Fizemos um alinhamento geral, passei um pouco do que o presidente da República me pediu e ouvi dela as orientações da Casa Civil. Fiz questão de dizer que eu tenho um estilo de trabalho compartilhado: eu escuto, consulto, pondero, mas também delego”, afirmou em rede social.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, também participou das reuniões. “Chegamos ao consenso de que, neste momento, é crucial, a partir do diagnóstico inicial das irregularidades, avançar na responsabilização dos infratores e na finalização da proposta do Plano de Ressarcimento Excepcional destinado aos aposentados e pensionistas”, escreveu.
A AGU montou um grupo especial para conduzir a responsabilização e formular o plano de devolução. Ainda não há prazo para os pagamentos.
Alvo da oposição
Wolney Queiroz e Gilberto Waller já enfrentam contestação. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) entrou com ação popular na Justiça Federal de Brasília, na madrugada de sábado (3/5), para tentar barrar a posse do novo ministro.
Ela afirma que Queiroz era secretário-executivo da pasta na época em que conselheira do CNPS alertou sobre os descontos indevidos, em junho de 2023.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), pediu à PGR o afastamento de Queiroz e defendeu que ele também seja investigado, por já integrar a cúpula da Previdência no período das irregularidades.