O Ranking dos Políticos acaba de divulgar a pesquisa parlamentar “Avaliação do STF – Série Histórica”, que revela um crescente descontentamento da maioria dos deputados com a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o levantamento, a avaliação positiva do STF na Câmara caiu de 33,3% em fevereiro de 2024 para 20,7% em março de 2025. Já a percepção negativa subiu um ponto percentual, passando de 54,9% para 55,9%.
No Senado, no entanto, o cenário foi o oposto: a aprovação do Supremo aumentou de 33,3% para 42,3% entre os senadores, enquanto a rejeição caiu de 42,9% para 38,5%.
De acordo com Luan Sperandio, diretor de operações da instituição, o levantamento reflete embates recentes entre os Poderes.
“De lá para cá tivemos alguns conflitos entre esses dois Poderes, como por exemplo, embates em relação a dois temas que se tornaram Ações Diretas de Inconstitucionalidade, que foram: a MP da reoneração da folha, que foi relatada pelo ministro Cristiano Zanin; e, mais recentemente, a maior transparência nas emendas parlamentares, que foi relatada pelo ministro Flávio Dino. Além disso, desde 2023 o Supremo tem conduzido o julgamento dos atos de 8 de janeiro, o que inclui o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro”, explicou.
O estudo também indica que oito em cada dez parlamentares acreditam que o STF tem extrapolado suas funções e invadido as competências do Congresso.
Entre os deputados, 48,6% afirmam que essa interferência ocorre frequentemente, enquanto 31,6% consideram que ela acontece ocasionalmente. No Senado, os números são de 42,3% e 34,6%, respectivamente.
“Essa alta temperatura registrada mostra que a demanda por avançar Projetos de Lei que revisam prerrogativas do STF, como vimos no ano passado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça da Câmara), que funcionam como uma forma de represália do Legislativo em relação ao Judiciário”, concluiu Sperandio.