17.6 C
Brasília

IFI aponta rombo de R$ 64 bi: política fiscal de Lula ameaça estabilidade da dívida

Publicado em:

A Instituição Fiscal Independente (IFI) estima que o governo Lula (PT) fechará 2025 com um déficit primário de R$ 64,2 bilhões. Ainda assim, o órgão ligado ao Senado prevê o cumprimento da meta de resultado primário zero — não por ajuste fiscal, mas por manobras contábeis, como a exclusão de precatórios da conta.

Para 2026, o cenário se agrava: o déficit pode dobrar, atingindo R$ 128 bilhões. Segundo a IFI, o governo precisará cortar ao menos R$ 72 bilhões em despesas para cumprir a nova meta de superávit de 0,25% do PIB. O alerta está no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de abril, divulgado nesta quarta-feira (16).

LEIA O ESTUDO COMPLETO AQUI

“O atual arcabouço não está resultando no estancamento do processo de crescimento da dívida pública brasileira”, afirmam os diretores Mauro Pestana e Alexandre Andrade no texto. A avaliação é de que o risco fiscal está aumentando, e a trajetória da dívida segue sem controle claro.

A IFI projeta crescimento tímido da economia: 2% em 2025 e 1,6% em 2026. A instituição aponta perda de renda real das famílias e os efeitos da política monetária como os principais freios. Além disso, alerta para os impactos da guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos, que podem atingir as receitas do governo brasileiro.

A inflação, segundo a entidade, permanece resistente. A projeção é de 5,5% em 2025, com queda para 4,4% em 2026. Já a dívida pública federal pode atingir 79,8% do PIB no ano que vem, subindo para 84% em 2026 — com tendência de alta. “Efeitos negativos inevitavelmente serão sentidos no desempenho das receitas públicas, elemento essencial para o cumprimento das metas fiscais e para a credibilidade do arcabouço fiscal vigente”, diz o relatório.

Apesar do discurso oficial de compromisso com a responsabilidade fiscal, a avaliação técnica da IFI é dura com o governo Lula. O relatório critica o atual modelo de regras fiscais, adotado como bandeira pela equipe econômica, e aponta fragilidade na sua aplicação prática.

A leitura dentro do mercado é semelhante: o governo aumenta gastos, falha em cortar despesas e aposta em receitas incertas — enquanto o endividamento segue em trajetória ascendente. O custo disso é a perda de confiança e a elevação do risco país.

“A política fiscal do governo se deteriorando, o que coloca em dúvida a sustentabilidade da dívida pública”, resume a IFI. O diagnóstico desmonta a narrativa oficial e reforça a pressão sobre o Planalto e o ministro Fernando Haddad, que seguem tentando justificar um equilíbrio que, na prática, não se sustenta.

Escreva seu e-mail para receber bastidores e notícias exclusivas

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

Mais recentes

Checagem de fatos