O governo federal planeja implementar novos cortes de despesas para atender às exigências do arcabouço fiscal aprovado em 2023. Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda e braço direito de Fernando Haddad, revelou que medidas adicionais serão discutidas ao longo do ano.
Durante entrevista ao jornal O Globo, nesta semana, Durigan enfatizou a necessidade de ajustes para garantir que o orçamento siga as novas normas fiscais. “Se tiver alguma política pública que esteja fora do prumo, vamos corrigir para que o gasto fique dentro da nova regra fiscal”, afirmou.
As discussões sobre cortes e aumento de arrecadação devem ganhar força após a aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso. Entre as medidas previstas, estão a imposição de limites aos chamados “supersalários” e mudanças na idade mínima para a reserva remunerada de militares, iniciativas que visam equilibrar despesas e manter a disciplina fiscal.
O governo já anunciou um pacote de cortes em novembro, projetando uma economia de R$ 30,6 bilhões em 2025 e R$ 41,3 bilhões em 2026. No entanto, especialistas questionam a viabilidade dessas metas. O analista econômico Adalberto Piotto criticou a estratégia, afirmando que as ações “não têm sustentabilidade” e não serão suficientes para entregar os R$ 70 bilhões prometidos nos próximos dois anos.
Entre as propostas de ajuste, o teto para o aumento do salário mínimo se destaca. Embora o valor continue subindo acima da inflação, o reajuste será limitado a 2,5% ao ano, seguindo as diretrizes do arcabouço fiscal.
O governo Lula enfrenta pressões para mostrar compromisso com a responsabilidade fiscal, mas as medidas propostas têm gerado ceticismo tanto entre analistas quanto na opinião pública. A viabilidade das ações e seu impacto no cenário econômico permanecem em debate.