O governo federal acumulou um deficit primário de R$ 66,8 bilhões nas contas públicas entre janeiro e novembro de 2024. Apesar do resultado negativo, houve uma redução de 40,6% em relação ao mesmo período de 2023, quando o rombo chegou a R$ 112,5 bilhões, segundo dados do Tesouro Nacional divulgados nesta quarta-feira (15).
Em novembro, o deficit foi de R$ 4,5 bilhões. O resultado primário é a diferença entre as receitas e despesas do governo, desconsiderando os juros da dívida pública. Quando negativo, indica a incapacidade de cobrir despesas sem recorrer a novas dívidas. Até novembro, o saldo foi composto por:
- Tesouro Nacional: superavit de R$ 242,1 bilhões;
- Banco Central: deficit de R$ 1,2 bilhão;
- Previdência Social: deficit de R$ 307,8 bilhões.
O resultado até novembro equivale a 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), incluindo gastos com auxílio ao Rio Grande do Sul devido às enchentes, que estão fora do cálculo da meta fiscal.
As receitas primárias somaram R$ 214,7 bilhões em novembro, um aumento real de 13,8% em comparação com novembro de 2023. No acumulado do ano, a arrecadação alcançou R$ 2,39 trilhões, alta de 8,1%.
As despesas primárias totalizaram R$ 172,3 bilhões em novembro, uma redução de 6,3% em relação ao mesmo mês de 2023.
Aumentos de gastos:
- Benefícios Previdenciários: R$ 73,1 bilhões (+2,3%);
- BPC (Benefício de Prestação Continuada): R$ 9,7 bilhões (+13,9%);
- Créditos extraordinários: R$ 1,9 bilhão (+314,3%).
Quedas nos desembolsos:
- Apoio financeiro a Estados e municípios: R$ 3 milhões (-100%);
- Despesas discricionárias do Executivo: R$ 13,7 bilhões (-25,9%).