O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), alvo de um processo por quebra de decoro parlamentar, anunciou há pouco que iniciará uma greve de fome e permanecerá nas dependências da Câmara até a conclusão do caso. “Não vou ser derrotado pelo Arthur Lira (PP-AL) e pelo orçamento secreto”, afirmou.
“Tomei a decisão de utilizar a tática mais radical, do ponto de vista político, que um militante pode fazer. Vou permanecer nesta sala do Congresso Nacional até a finalização do processo. Estou o dia inteiro em jejum e não vou, a partir de agora é até o fechamento deste processo, me alimentar”, disse o psolista ao fazer o anúncio.
O processo teve início após um episódio ocorrido em abril do ano passado, quando Braga expulsou, com chutes, um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) das dependências da Câmara. Toda a agressão foi registrada em vídeo.
O relator do caso no Conselho de Ética, Paulo Magalhães (PSD-BA), recomendou a cassação do mandato do parlamentar: “Diante das provas produzidas nos autos, verifica-se que o representado [deputado Glauber Braga] extrapolou os direitos inerentes ao mandato, abusando, assim, das prerrogativas que possui. Portanto, é imperioso admitir que o representado, com seus atos, efetivamente incidiu na prática da conduta, sendo cabível, no caso sob exame, a sanção da perda do mandato”.
Segundo deputados do PSOL, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não convocou a ordem do dia às 16h, como estava previsto. Com isso, as comissões da Casa — incluindo o Conselho de Ética — puderam continuar suas atividades além do horário usual.
Mesmo que o Conselho de Ética aprove a cassação, a medida ainda precisa ser referendada pelo plenário da Câmara. A defesa de Braga poderá recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que terá até cinco dias úteis para analisar a deliberação do colegiado.
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