Donald Trump e Elon Musk, que dias atrás trocavam afagos no Salão Oval para a despedida do bilionário após 5 meses à frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), agora se enfrentam publicamente com trocas de acusações e indiretas.
O gatilho para o desentendimento foi o pacote tributário apresentado pelo presidente ao Congresso americano, que ampliará o déficit fiscal ao invés de reduzi-lo. Segundo o dono do X, trata-se de uma “abominação”.
“Mantenha os cortes de incentivos para veículos elétricos/solares no projeto de lei, mesmo que nenhum subsídio para petróleo e gás seja tocado (muito injusto!!), mas descarte a MONTANHA de BANHA NOJENTA do projeto de lei”, escreveu em seu perfil na rede social. Trump se disse “decepcionado” com Musk.
“Eu pedi para ele sair. Eu tirei dele o Mandato de Veículos Elétricos que obrigava todos a comprarem carros elétricos que ninguém mais queria (e que ele sabia há meses que eu ia fazer!), e ele simplesmente ficou LOUCO!”
“Tanta ingratidão”, respondeu o empresário, citando seu apoio finceiro aos republicanos durante a eleição de 2024. “Sem mim, Trump teria perdido a eleição, os democratas controlariam a Câmara e os republicanos estariam com 51-49 no Senado.”
O dono da Tesla, de fato, foi decisivo para Trump na campanha e teve desempenho notável à frente do DOGE, desmontando todo o aparato globalista incrustrado na máquina pública, com destaque para a USAID, e conseguiu obter uma economia de US$ 175 bilhões em pouquíssimo tempo.
A briga — e, claro, o anúncio do pacote — fizeram as ações da Tesla despencar 10% hoje. Estima-se num prejuízo de US$ 1,2 bilhão com o fim do subsídio de US$ 7,5 mil para compradores de determinados veículos da montadora e de outros elétricos no mercado, 7 anos antes do previsto.
Outra lei no Senado contra projetos de energia limpa também impactará o resultado da companhia, que pode perder metade do lucro operacional projeto para o ano.