O dólar continua acima de R$ 6,00 nesta segunda-feira (2). A moeda norte-americana abriu em alta e atingiu R$ 6,07 na máxima do dia, por volta de 14h. O cenário reflete a combinação de instabilidade fiscal no Brasil e declarações polêmicas de Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, que impactaram os mercados globais.
No Brasil, o pacote fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, gerou dúvidas. Especialistas criticaram a falta de clareza no plano, especialmente sobre a meta de economizar R$ 70 bilhões em dois anos. Além disso, a promessa de isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil levantou questionamentos sobre impactos na arrecadação.
No exterior, Trump ameaçou o Brics com tarifas de até 100% caso o bloco avance na criação de uma moeda própria para negócios internacionais. Em mensagem publicada no X (antigo Twitter), ele afirmou que qualquer tentativa de substituir o dólar no comércio global resultará em sanções severas e exclusão do mercado norte-americano.
“A ideia dos países do Brics de se afastarem do dólar enquanto ficamos parados e assistimos ACABOU. Exigimos um compromisso desses países de que eles não criarão uma nova moeda Brics nem apoiarão nenhuma outra moeda para substituir o poderoso dólar americano ou enfrentarão tarifas de 100% e podem se preparar para dizer adeus à venda para a maravilhosa economia dos EUA. Eles podem ir encontrar outro ‘otário!’. Não há chance de os Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional –e qualquer país que tente deve dar adeus à América”, escreveu Trump no X.
Além disso, o mercado financeiro aguarda os dados de empregos nos EUA, enquanto o Brasil enfrenta críticas pela redução surpresa de R$ 1,7 bilhão nos bloqueios do orçamento de 2024, anunciada em um relatório de última hora. A confluência de fatores domésticos e internacionais mantém a volatilidade das cotações em alta.
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