Fernando Haddad estufou o peito ontem diante da imprensa para falar de sua nova e brilhante ideia: uma proposta para que os bancos tenham acesso às informações do eSocial, facilitando a concessão de crédito consignado para trabalhadores do setor privado e entregando como garantia o FGTS desse mesmo trabalhador. Ele espera a adesão de 42 milhões de brasileiros que trabalham com carteira assinada.
Na cabeça oca do ministro da Fazenda, seria uma forma de driblar a Selic alta. Ao garantir aos bancões o desconto das parcelas diretamente do holerite do trabalhador e acesso ao FGTS para cobrir a dívida, em caso de inadimplência, o risco de concessão dos empréstimos diminui.
“Milhões de pessoas que hoje não têm acesso ao crédito consignado passarão a ter um mecanismo moderno, eficiente, transparente, com uma plataforma em que você vai poder comparar as taxas de juros praticadas pelo sistema bancário. A pessoa vai poder fazer o seu pedido para o banco que eventualmente estiver disposto a oferecer para ele o crédito com aquela taxa”, alega.
De fato, parece um ótimo negócio para os bancões. Não deixa de ser uma forma de retribuir o favor que lhe fizeram com o Desenrola, programa que limpou o cadastro de 15 milhões de pessoas que acumulavam dívidas superiores a R$ 53 bilhões.
Sem medidas reais que demonstrem respeito aos fundamentos econômicos, Haddad abusa da criatividade e da paciência da sociedade ao simular soluções que criarão novos problemas. Neste caso, beira à perversão, considerando que o FGTS deveria servir para proteger o trabalhador e não os bancões.
No passado recente, Lula abusou do FGTS, via BNDES, para financiar obras de infraestrutura em outros países. Obras superfaturadas por empreiteiras amigas que distribuíram propina em centenas de offshores. Agora, garante aos bancos uma fila de novos endividados que, na sua cabeça oca, farão girar a roda quadrada da economia. Para o trabalhador, é um estímulo inusitado, uma espécie de empurrão à beira do precipício.
Respostas de 4
Moçada vai pegar dinheiro emprestado para jogar no Tigrinho e dar como garantia o FGTS. Vai perder no Tigrinho e ficar sem o FGTS. E o banco fica com os juros. E o governo com mais um fiasco… Quanto amadorismo.
Mas o trabalhador brasileiro merece
Afina,l a maioria dela votou no descondenado.Assim como também merecem a volta do imposto sindical.
Parabéns Claudio. Ótima análise
É isso mesmo. Os governos do PT sempre apostaram no crédito para aquecer aeconomia. Investem no ideário nacional-consumista. Só que o momento é de inflação, essa proposta vai ampliar o custo dos alimentos. Endividados ficarão mais endividados seja para pagar dívida ou para acessar serviços ou bens, garantindo a curto prazo uma melhora na popularidade de painho. O Brasil e o trabalhador que se lasque.