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Defesas do “núcleo 2” contestam acusações de espionagem e interferência da PRF

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No 1º dia de julgamento da denúncia contra integrantes do “núcleo 2” da suposta trama golpista, o advogado Eduardo Kuntz, em sua sustentação oral, afirmou que o coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), não espionou o ministro Alexandre de Moraes.

Kuntz explicou que o suposto monitoramento se restringiu a uma reunião, em dezembro de 2022, na casa do senador Ciro Nogueira, onde o ex-presidente e o magistrado estavam presentes. “O monitoramento que consta da denúncia, que consta nos relatórios, a vossa excelência, feito pelo Marcelo Câmara, é um tanto quanto pejorativa a expressão”, afirmou.

O advogado ressaltou que o coronel não fez uso de meios ilícitos nem de tecnologias sofisticadas para coletar informações. “Diferente do que a Polícia Federal diz, sem equipamentos complexos, sem fontes restritas, apenas com recursos abertos e comunicação plena, sutil, sem ataques e sem objetivos outros”, concluiu.

Já Eugênio Aragão, advogado de Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça durante as eleições de 2022, rejeitou qualquer envolvimento da cliente na suposta operação da PRF que teria dificultado o acesso de eleitores de Lula às urnas, além de afastar a hipótese de omissão dela durante os atos de 8 de Janeiro, quando já atuava na Secretaria de Segurança Pública do DF.

“Confesso que não é sem desconforto que estou aqui na tribuna neste efeito. Mas o faço com a consciência tranquila, porque conheço Marília de Alencar há quase 30 anos”, declarou Aragão, ex-ministro da Justiça de Dilma.

Ele ressaltou o histórico profissional da ex-diretora, afirmando que “nunca houve uma mácula no seu currículo” e que ela “nunca expressou qualquer tipo de preferência política” em sua presença. “Sei que o fez com outras pessoas. Mas ter preferência política não é crime. Porque crime é o que se faz com sua preferência política”, argumentou.

Aragão explicou que a denúncia da PGR se baseia em um boletim de inteligência (BI) produzido por Marília, supostamente utilizado por Silvinei Vasques, então diretor da PRF, para definir os pontos de bloqueio nas estradas. No entanto, ele reforçou que não há vínculo entre o conteúdo do documento e as ações executadas pela corporação.

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