O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao Japão nesta segunda-feira (24) — noite de domingo (23) no Brasil —, acompanhado pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e ao menos, 26 congressistas, ministros, sindicalistas e outras autoridades.
A comitiva acompanhará o presidente também na viagem ao Vietnã, na sequência da visita ao Japão. A volta está marcada para 30 de março. Segundo um levantamento feito pelo Pode360 no Diário Oficial da União (DOU), além dos políticos que integram a comitiva presidencial, 47 assessores e funcionários do Executivo foram autorizados a viajar para acompanhar o presidente e os ministros.
A viagem tem como objetivo ampliar parcerias comerciais na Ásia, mas também reforçar a aliança de Lula com o Congresso para tentar conter sua crise de popularidade. O petista busca garantir apoio de Motta e Alcolumbre, que comandarão a pauta legislativa nos próximos dois anos.
Lula deve tratar da abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira e do aumento das exportações de carne suína in natura, atualmente restritas a Santa Catarina. O governo também tentará atrair investimentos em energia renovável e discutir um possível acordo comercial entre o Mercosul e o Japão, em meio ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em meio à pressão pela queda de popularidade, Lula também usou a semana para enviar ao Congresso o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e um desconto parcial para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Na sexta-feira (22), o governo lançou uma Medida Provisória criando linha de crédito consignado para trabalhadores do setor privado, que registrou quase 36 milhões de simulações de empréstimos até domingo.
Janja é um fantasma na comitiva
A oposição também questiona os gastos da primeira-dama, Janja que viajou ao Japão uma semana antes de Lula sem cumprir compromissos oficiais até sua chegada. Hospedada na embaixada do Brasil em Tóquio, Janja justificou a ida antecipada como “parte de uma agenda que acabou sendo remarcada”. Seu primeiro compromisso foi um encontro com mulheres brasileiras, reagendado para sábado (22).
A deputada Julia Zanatta (PL-SC) protocolou um requerimento na Câmara cobrando explicações do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A parlamentar quer saber qual o propósito da viagem, se houve participação em compromissos diplomáticos e se os custos foram pagos com recursos públicos.
Nesta terça-feira (25), Janja seguirá para Paris, onde representará o Brasil na Cúpula Nutrição para o Crescimento, a convite do governo francês. O governo alega que a viagem tem ônus para os cofres públicos. Ela retorna a Brasília no dia 30, um dia após Lula.
Enquanto Lula tenta reforçar alianças para salvar seu governo, as polêmicas envolvendo Janja e os gastos da comitiva presidencial aumentam a pressão sobre o governo petista.
Veja a comitiva brasileira:
- Hugo Motta (Republicanos-PB); presidente da Câmara dos Deputados;
- Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado;
- Arthur Lira (PP-AL), deputado federal e ex-presidente da Câmara;
- Rodrigo Pacheco (PSD-MG), senador e ex-presidente do Senado;
- Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia;
- Camilo Santana, ministro da Educação;
- Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores;
- Marina Silva, ministra do Meio Ambiente; Luiz Marinho, ministro do Trabalho;
- Renan Filho, ministro dos Transportes;
- Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos;
- Juscelino Filho, ministro das Comunicações;
- Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia;
- Waldez Góes, ministro do Desenvolvimento Regional;
- Carlos Favaro, ministro da Agricultura e Pecuária;
- Dr Luizinho (PP-RJ), deputado federal;
- Pedro Lucas (União-MA), deputado federal;
- Renildo Calheiros (PCdoB-PE), deputado federal;
- Janja da Silva, primeira-dama;
- Maíra Madrid B, presidente da ABGF;
- Laércio Portel, secretário de Imprensa;
- Miguel Torres, sindicalista – Força Sindical;
- Ricardo Patah, sindicalista – União Geral dos Trabalhadores;
- Sérgio Nobre, sindicalista Central Única dos Trabalhadores);
- Odair Cunha, deputado federal (PT-MG);
- Jaques Wagner, senador (PT-BA);
- Andrei Rodrigues, diretor geral da PF.
Lula também convidou os presidentes das 3 principais centrais sindicais do país: Miguel Torres – Força Sindical; Ricardo Patah – UGT (União Geral dos Trabalhadores); Sérgio Nobre – CUT (Central Única dos Trabalhadores).