O Brasil ocupa o último lugar no ranking de competitividade industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que avalia a performance de 18 países em oito fatores diretamente relacionados ao desempenho da indústria no cenário internacional. Entre os fatores principais para o desempenho medíocre do país estão a educação, o ambiente econômico e o desenvolvimento humano.
O “Ranking Competitividade Brasil (2023-2024)” compara o país com economias que competem no mercado global em produtos industriais similares: Coreia do Sul, Países Baixos, Canadá, Reino Unido, China, Alemanha, Itália, Espanha, Rússia, Estados Unidos, Turquia, Chile, Índia, Argentina, Peru, Colômbia e México. Os Países Baixos lideram a edição deste ano.
O Brasil ocupa a última posição em todos esses indicadores, sem figurar na primeira metade do ranking em nenhum dos macroindicadores. A melhor colocação do país é a 12ª posição, alcançada na área de performance em baixo carbono e recursos naturais, destacando-se pelo uso de energias renováveis.
Ricardo Alban, presidente da CNI, atribui o baixo desempenho do Brasil a problemas como a alta complexidade tributária e os gargalos nas áreas da macroeconomia e dos investimentos. Para ele, é essencial reduzir o Custo Brasil e aumentar os investimentos em transporte, energia e inovação para melhorar a competitividade do país.
“O caminho é desafiador e envolve a recuperação de problemas gerados pela pandemia e pela guerra, a redução do Custo Brasil, além do aumento da produtividade e da inovação em todas as camadas da economia”, afirmou Alban.
A CNI divulga o ranking desde 2010 e, nesta edição, implementou mudanças metodológicas significativas, redefinindo os países competidores do Brasil. Antes, a seleção era baseada no nível de desenvolvimento e/ou na inserção internacional semelhante à do Brasil. Agora, o ranking leva em conta economias com uma cesta de produção mais próxima à do Brasil, além de estarem presentes nos mesmos mercados, tanto em importação quanto em exportação.
Fabrício Silveira, superintendente de Política Industrial da CNI, ressalta a importância do mapeamento contínuo para monitorar a evolução do Brasil em relação aos seus concorrentes. Com a nova metodologia, será possível avaliar se as condições de competitividade da indústria brasileira melhoraram ao longo do tempo.
“O mapeamento dos pontos fortes e principais desafios da economia funciona como um diagnóstico, apontando os aspectos que estão avançando e aqueles que necessitam de mais atenção por parte do setor e do governo federal”, destacou Silveira.