Fontes da Interpol afirmam que nacionalidade e cargo político não barram classificação como foragida
Mesmo com cidadania italiana e mandato parlamentar, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) pode ser incluída na Difusão Vermelha da Interpol. Fontes do órgão ouvidas pela CNN garantem que nem o passaporte europeu, nem o cargo político impedem o trâmite para classificá-la como foragida internacional, desde que não haja evidência de perseguição política, religiosa ou étnica.
A solicitação partiu do ministro Alexandre de Moraes, que determinou nesta quarta-feira (4) que o nome da deputada seja enviado à lista da Interpol. Se for aceita, Zambelli poderá ser considerada foragida em 196 países. A Polícia Federal, que representa a Interpol no Brasil, é responsável pelo envio do pedido, que passa ainda pela validação do Ministério da Justiça.
Ela é acusada de ter contratado o hacker Walter Delgatti para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir um mandado de prisão falso contra o próprio Moraes.
Com a ordem de inclusão na Difusão Vermelha, o STF também determinou que a Justiça do país onde a deputada estiver seja informada da decisão, o que abre caminho para um eventual pedido de extradição. Embora a Itália, por exemplo, tenha tradição de não extraditar seus cidadãos, a análise será feita caso a caso.
A defesa de Zambelli ainda não se manifestou oficialmente, mas aliados da parlamentar afirmam que ela considera a condenação uma retaliação política. Ainda assim, segundo a Interpol, esse argumento precisa ser comprovado de forma concreta para inviabilizar a inclusão na lista. Por ora, a deputada segue sob risco de ser classificada como foragida internacional.