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China acusa Trump de “chantagem” e promete retaliar aumento de tarifas até o fim

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O Ministério do Comércio da China declarou nesta terça-feira (8), no horário de Pequim, que seguirá “até o fim” na disputa tarifária com os Estados Unidos, após nova ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos chineses. A reação chinesa escancara o agravamento do conflito comercial às vésperas da eleição americana — e com repercussões diretas no Brasil de Lula, cada vez mais dependente da China.

“O que os EUA estão fazendo é um erro atrás do outro. Isso revela mais uma vez a natureza chantagista dos americanos, o que a China jamais aceitará”, afirmou o órgão em comunicado oficial.

Trump já havia anunciado uma tarifa de 34% sobre produtos chineses na semana passada, que entra em vigor nesta quarta-feira (9). A medida se soma aos 20% já implementados neste ano. A resposta de Pequim foi imediata: uma nova tarifa de 34% sobre importações americanas, com início na quinta-feira (10).

A retórica do Ministério do Comércio deixou claro que a guerra comercial não será contida. “Se os EUA insistirem nesse caminho, a China irá acompanhá-los até o fim”, disse o governo Xi Jinping. Pequim prometeu “novas contramedidas para proteger seus direitos e interesses”.

A resposta chinesa, carregada de termos como “bullying unilateral” e “chantagem”, é uma tentativa de reposicionar o país como vítima diante do endurecimento republicano. O ministério classificou as tarifas americanas como “sem base legal” e justificou as retaliações como “legítimas”, voltadas a “salvaguardar a soberania, a segurança nacional e os interesses de desenvolvimento da China”.

A escalada acende um alerta para países que apostam no comércio com Pequim como base de sua política econômica. No Brasil, o governo Lula mantém uma dependência crescente da China e ainda evita qualquer alinhamento claro no xadrez geopolítico. Enquanto isso, Trump promete desidratar a indústria chinesa e recuperar a base produtiva americana — com apoio crescente entre operários e setores estratégicos.

Caso eleito, Trump já indicou que pretende revisar acordos comerciais e fortalecer tarifas contra países que mantêm práticas desleais de concorrência, o que inclui aliados de regimes autoritários. A Casa Branca não respondeu oficialmente até o momento.

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