Janja resolveu entrar no debate sobre a morte da menina Sarah Raissa Pereira de Castro. Entrou pela porta dos fundos, claro. Explorou politicamente o fato para voltar à pauta da censura, dizendo ser “urgente” a regulação das redes.
Segundo a atual mulher de Lula, Sarah morreu “devido a um desafio ignorante, feito pelas redes sociais”.
“A gente precisa pensar e repensar que mundo é esse que a gente está construindo. A gente tem uma série de temas importantes que precisam de votação no Congresso Nacional. Mas tem esse que é urgente, urgentíssimo: a regulamentação das redes sociais.”
Embora a Polícia Civil do DF ainda investigue a causa da morte da menina, seu avô relatou que a encontrou desacordada ao lado de um frasco de desodorante e de um celular. A equipe médica, logo, concluiu que ela provavelmente foi vítima de um “desafio” da internet.
Desafios da internet, que normalmente têm origem em fóruns da deep web, não precisam de redes sociais para existir. Na verdade, existem desde que a criação da internet, ou mesmo antes, considerando que não passam de uma versão do famoso ‘trote’ escolar, que já levou muitos jovens a óbito.
Práticas criminosas existem em todo ambiente social, são inerentes à espécie humana e devem ser combatidos com a punição severa de seus agentes, sejam menores de idade ou não. Mas o que reduz imensamente o risco de uma criança inocente ser alvo desses criminosos é uma boa educação e constante supervisão.
Não é fácil. Sou pai de uma menina de 9 anos que também acessa a internet diariamente, e sofremos, eu e minha esposa, com o excesso de estímulos disponíveis. Para piorar, os celulares, com suas redes e apps, se tornaram uma peça conveniente para pais ausentes ou atribulados.
Buscamos monitorar o conteúdo acessado, mas os filtros dessas redes são bastante precários. Então, ficamos atentos a mudanças de comportamento, como irritação, tristeza, ansiedade e dificuldade de dormir. Redobramos a atenção, suspendemos o uso do celular, reduzimos o do tablet e da TV.
Também conversamos muito, procurando educá-la a consumir conteúdo adequado à sua idade e mais qualificado — Felipe Neto não entra lá em casa! Conversamos ontem, inclusive, sobre o trágico caso de Sarah e como ela, nossa filha, deve evitar e nos alertar sobre qualquer ‘desafio’ que lhe apareça por sugestão algorítmica.
Nossas recomendações para o mundo digital são às mesmas para o mundo real, com alertas sobre bullying, risco de assédio moral e sexual. Afinal, viver neste mundo não é fácil e aos pais cabe a indelegável tarefa de preparar os filhos para viver neste mundo, inclusive neste Brasil governado mais uma vez pelo marido de Janja.
Um governo que passa a mão na cabeça do ladrão de celular e de corrupto, que tenta calar críticos, que normaliza a sexualização de crianças enquanto defende a morte delas no ventre materno; um governo que celebra o vício e a luxúria. Janja, que já demonstrou nada entender de economia básica no episódio da taxação das blusinhas, é a cara dessa gente.
Eu não me importo com suas opiniões, mas tentar usar a morte de uma criança para escalar no projeto globalista de censura é perverso, é monstruoso. Janja não tem lugar de fala aqui, pois nunca foi mãe. Então, querida, cale sua boca, volte para seu provisório palácio e aproveite bem as viagens, pois elas cessarão em breve.