Claudio Dantas
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Ah, se ele soubesse que quando ele passa…

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Luís Roberto Barroso é o nosso garoto de Ipanema. Ah, se ele soubesse que quando ele passa, o Supremo inteirinho se enche de graça. É um homem nobre, impoluto, despido de vaidades… com exceção, claro, da dificílima missão de recivilizar o Brasil. Missão impossível. Barroso é nosso Tom Cruise. Um ministro sem dublê, um charme.

Barroso não terceiriza a missão.

Ele mesmo vai lá no almoço com empresários para arrecadar um dinheirinho para financiar a agenda do wokismo de Banânia. Sim, o STF também faz assistencialismo. Cuide-se, Lula! Barroso quer entregar 100 bolsas de 3 mil reais para os primeiros colocados negros no exame nacional da magistratura, implementado pelo próprio Barroso.

Precisamos de juízes negros para ontem! Só eles terão a sensibilidade, a empatia, a genética da dor para ponderar sobre tantas vítimas negras dessa sociedade bárbara. Mas tem que ser negro de primeira linha, negro de verdade, mulatinho não vale. Pardo nem pensar! Negro bom é negro retinto, de preferência da periferia, nascido de mãe solteira, forjado pela miséria.

Pode ser filho de faxineira. Pode ser tipo o Joaquim Barbosa, mas não tão Joaquim Barbosa. Para Barroso, a Justiça brasileira precisa de 100 arquétipos que ajudem a lustrar seu legado na Presidência do STF. Quem sabe alguns viram desembargadores e até ministros do Supremo. Olhando bem, o STF está precisando mesmo de uma corzinha.

Eu estou mesmo sentido falta do sangue retinto do ministro que mandou Gilmar sair à rua para testar sua popularidade! Bons tempos aqueles… Até Barroso, que é branco de dar dó, também enfrentou o decano, “uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”. Enfrentou, não enfrenta mais.

Bons tempos aqueles! E nem faz muito tempo, mas parece uma eternidade. O Barroso, que se erguia contra a corrupção ombreado com a Lava Jato, hoje prefere palestrar – e votar auxiliado pela Rafa – sobre regulação das redes, liberação das drogas e aborto, linguagem neutra e, claro, defesa da democracia.

Se não fosse Barroso e sua voz aveludada, duvido que Douglas Koneff, o encarregado de Negócios da embaixada dos EUA em Brasília, seria convencido a convocar o diretor da CIA, o conselheiro de Segurança Nacional e o secretário de Defesa a desembarcarem em Brasília para garantir a eleição de Lula em 2022.

Obrigado, ministro! Por pouco não caímos nas mãos de um fascista que implantaria um regime de exceção, imoral, corrupto e perdulário, que pisotearia as liberdades e calaria os críticos. Sem o seu pedido de intervenção, nunca poderíamos criticar encontros impróprios, ativismos políticos ou assistencialismos fora de hora e lugar.

Não teríamos chance contra essa incultura que assola o país! Barroso, ao contrário de todos, não só faz como tem sempre razão.

Ministro, eu sinto na pele a sua dor com as críticas dessa gente ingrata. Gente que não sabe, nem sequer pressente, que os desafinados também têm um coração. Têm, não têm?

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3 COMENTÁRIOS

  1. Parabéns, Claudio! Para mim, você está entre os cinco maiores jornalistas da nova geração, nunca desista da verdade!

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