Em apenas 50 dias, o Reino Unido deportou mais de 600 brasileiros em três voos realizados entre agosto e setembro de 2024. Entre os repatriados, estavam 109 crianças, segundo informações do jornal The Guardian. As operações, descritas pelo veículo como “secretas”, representam um recorde de deportações para uma única nacionalidade.
Os voos foram realizados em três datas:
- 9 de agosto: 205 deportados, incluindo 43 crianças;
- 23 de agosto: 206 pessoas, sendo 30 crianças;
- 27 de setembro: 218 repatriados, entre eles 36 crianças.
O Itamaraty usou um discurso diferente do que usou com a política de deportação de Donald Trump, nos Estados Unidos, e negou que se tratassem de deportações compulsórias, afirmando que os retornos ocorreram de forma voluntária. O programa britânico oferece passagens aéreas e apoio financeiro aos migrantes que optam por retornar aos seus países de origem.
Já o governo britânico declarou ao Guardian que as ações são parte de uma política mais rígida contra a migração irregular. Isso soma, ao fato de que a alegação de caráter voluntário das operações contrasta com o aumento do número de brasileiros em situação de vulnerabilidade na Europa, revelando fragilidades na gestão da política migratória.
A comparação surgiu, após o o governo petista e anti-Trump usar o Itamaraty como arma ideológica e política. O órgão chegou a solicitar esclarecimentos do governo americano sobre o tratamento dispensado a brasileiros deportados em um voo fretado pelos Estados Unidos. Os cidadãos brasileiros estavam detidos por não possuírem a documentação de imigração exigida, e alegaram que, durante a viagem, permaneceram algemados.
Outro ponto levantando, é que o governo do presidente Lula recebeu, até o último dia 10 de janeiro, 32 voos com 3.660 brasileiros deportados dos Estados Unidos, enviados pelo governo do ex-presidente americano Joe Biden. Conforme padrão, os deportados foram transportados usando algemas. No caso do governo de Biden, o presidente brasileiro não se pronunciou.
