Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão revoltados com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), por sua declaração sobre a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, informa o Metrópoles.
Ontem (10), durante coletiva, a petista disse considerar “plenamente defensável” a discussão sobre redução de penas a civis condenados pelos atos e que esse pode ser um debate feito pelo Congresso Nacional.
No entanto, ela disse que é contra a versão atual do PL da Anistia por entender que ele permite o perdão a Jair Bolsonaro (PL) e aos generais envolvidos em uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Segundo o colunista Igor Gadelha, ao menos três ministros do Supremo procuraram auxiliares de Lula para expressar indignação com a declaração da petista. Eles classificaram a fala de Gleisi como um “absurdo” e alertaram que a declaração poderia “azedar” a relação entre os Poderes.
Um dos ministros do STF avaliou que a fala da ministra “poderia jogar no colo do governo uma eventual derrota política, caso a anistia não avance”.
Ainda de acordo com o site, alguns integrantes da Corte prometeram procurar diretamente Lula para reclamar.
Diante da revolta dos ministros, Gleisi recuou e, na manhã desta sexta (11), afirmou que a competência para revisar penas dos réus do 8 de Janeiro é exclusiva do Supremo.
“Quero deixar claro que eventuais revisões de pena aos réus do 8 de Janeiro cabem única e exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal, que conduz os processos. Entendo sim que esse debate pode e deve ser feito na sociedade, inclusive no Congresso, como já vem acontecendo de fato, mas sem interferir na autonomia do Poder Judiciário”, escreveu a ministra na rede social X.
“Reafirmo minha crítica ao PL da Anistia e seu substitutivo, que visam a impunidade de Bolsonaro e dos comandantes do golpe. São eles que manipulam a questão das penas para confundir a população e encobrir o objetivo de não pagar pelos crimes que cometeram contra a democracia”, completou.
Quero deixar claro que eventuais revisões de pena aos réus do 8 de Janeiro cabem única e exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal, que conduz os processos. Entendo sim que esse debate pode e deve ser feito na sociedade, inclusive no Congresso, como já vem acontecendo de fato,…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) April 11, 2025