No dia 15 de outubro, terça-feira, a Coreia do Norte realizou explosões em duas rotas importantes que ligam o país ao sul da península coreana, de acordo com informações do Estado-Maior Conjunto (JCS) da Coreia do Sul. As explosões ocorreram nas linhas Gyeongui e Donghae, localizadas nas costas oeste e leste, respectivamente. Apesar de essas estradas estarem sem uso há anos, o incidente destaca um aumento preocupante nas tensões entre os dois países.
Enquanto as estradas destruídas permanecem desativadas, o significado simbólico das explosões não pode ser ignorado. A ação da Coreia do Norte ocorre em meio a um período de forte retórica entre os líderes das duas Coreias. A destruição das estradas ressalta a crescente hostilidade, em um momento em que as conversas sobre reunificação estão praticamente paradas. Em janeiro deste ano, Kim Jong-un anunciou que não buscará mais a reconciliação com o Sul, representando uma mudança significativa na política intercoreana.
Resposta da Coreia do Sul e Ações Militares
Após as explosões, os militares sul-coreanos realizaram exercícios de artilharia ao sul da linha de demarcação militar e intensificaram a vigilância das atividades do exército norte-coreano. O JCS emitiu um comunicado informando que estão em “postura de prontidão total” em conjunto com os Estados Unidos, reafirmando o compromisso de lidar com qualquer possível escalada de agressão por parte do Norte.
Queixas de Provocações e Ameaças Mútuas
As explosões ocorreram alguns dias depois de a Coreia do Norte acusar a Coreia do Sul de usar drones para distribuir propaganda em Pyongyang. Essas acusações surgiram durante um período de provocações, com ambos os países realizando campanhas de desinformação e aumentando a militarização de suas fronteiras compartilhadas. O governo de Pyongyang considerou os exercícios militares no Sul e a presença de ativos nucleares americanos como desafios diretos à sua segurança nacional.
Os crescentes antagonismos entre as Coreias têm gerado preocupações na comunidade internacional, especialmente devido ao risco de uma nova corrida armamentista na região. Especialistas, como Leif-Eric Easley, da Universidade Ewha Womans, em Seul, sugerem que as recentes ações de Pyongyang podem ser, em parte, uma estratégia de Kim Jong-un para justificar seu programa nuclear internamente e desviar a atenção dos problemas econômicos do país.