Ex-presidente afirma que chefes militares nunca aceitariam intervenção
O ex-presidente Jair Bolsonaro negou nesta terça-feira (10), em depoimento à Primeira Turma do STF, qualquer envolvimento com os atos de 8 de janeiro e rechaçou pedidos por um novo AI-5 ou intervenção militar. Segundo ele, essa pauta é defendida por “malucos”, sem qualquer apoio das Forças Armadas ou de seu governo.
“Tem os malucos que ficam com essa ideia de AI-5, de intervenção militar das Forças Armadas… que os chefes das Forças Armadas jamais iam embarcar nessa só por que o pessoal estava pedindo ali”, declarou Bolsonaro, ao ser questionado sobre a movimentação golpista investigada no processo penal que tramita no STF.
Bolsonaro foi o sexto réu a depor no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. Ele reafirmou que jamais incentivou protestos antidemocráticos e lembrou que, logo após o segundo turno, publicou um vídeo pedindo a desobstrução das rodovias.
“Se eu almejasse um caos no Brasil, era só ficar quieto”, argumentou.
Durante o interrogatório, o ex-presidente também respondeu ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, negando qualquer incitação ou apoio aos atos que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes.
“Nós repudiamos tudo isso aí. Com todo respeito, doutor Paulo Gonet, não procede que eu colaborei com o 8 de janeiro. Não tem nada meu ali, estimulando aquela baderna que nós repudiamos”, disse.