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Tarcísio promete articulação com Motta e bancada paulista para de anistia

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Após participar do ato pela anistia aos presos do 8 de Janeiro na avenida Paulista, no domingo (6), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira (7) que pretende reforçar a articulação com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre o tema.

“Conversei com Hugo Motta na sexta-feira sobre isso. Vou voltar a conversar com ele agora, depois da manifestação”, disse o governador, ao lado de aliados, durante evento de anúncio da extensão da Linha 4-Amarela do metrô até Taboão da Serra. Tarcísio ressaltou que buscará apoio da bancada paulista: “Acho que o trabalho que tem que ser feito é o trabalho da política: ligar, conversar, convencer, mostrar a necessidade. Porque, o que a gente acredita? A anistia é um ponto de pacificação.”

A fala foi interpretada como um recado direto ao governo Lula, que tem pressionado para manter as condenações de janeiro de 2023 como exemplo de “rigor democrático”, enquanto ignora pautas como segurança pública, inflação persistente e descontrole fiscal.

Motta evitou comentar diretamente os pedidos de anistia. Em palestra nesta segunda, preferiu tratar de temas institucionais e evitou citar os presos políticos. Defendeu “excepcionalidades” orçamentárias para o combate ao crime organizado e reforçou a proposta de implementação do voto distrital misto — modelo que divide o voto entre candidatos de distrito geográfico e legendas partidárias.

“Temos que priorizar a segurança pública e garantir meios para isso, mesmo que isso signifique extrapolar o teto de gastos”, declarou Motta. Ele afirmou que a Câmara deve avançar na discussão do novo sistema eleitoral, sugerindo que o modelo atual — proporcional com lista aberta — está esgotado.

A pauta da anistia, no entanto, cresce fora do Congresso. A manifestação na avenida Paulista reuniu governadores, deputados, senadores, juristas e apoiadores de direita que cobram um gesto político para pacificar o país, diante das penas duríssimas impostas pelo STF. A ausência de Lula em qualquer tentativa de reconciliação nacional é lida por muitos como estratégia para manter o clima de polarização que favorece seu discurso de “ameaça à democracia”.

Enquanto isso, Tarcísio se posiciona como uma das vozes mais ativas pela anistia e se projeta como articulador nacional da proposta. Para parlamentares da oposição, o governador de São Paulo tem feito o que o Planalto se recusa a fazer: “tratar os presos como cidadãos com direitos, e não como bodes expiatórios de um governo que precisa de inimigos para sobreviver.”

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