Claudio Dantas
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STF, Faria Lima e Centrão deveriam comemorar escolha de Flávio Bolsonaro

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Tarcísio de Freitas e Flávio Bolsonaro têm muito mais em comum do que se imagina

O Poder360 publica hoje pesquisas de novembro que testaram o nome de Flávio Bolsonaro contra Lula. AtlasIntel e Paraná Pesquisas mostraram o petista com 47,3% e 36,3%, respectivamente; enquanto o 01 aparecia com 23,1% e 19,7%. Desprezando a lógica, a reportagem diz que “pesquisas eleitorais feitas em novembro mostram que, se as eleições presidenciais fossem hoje”…

Nada disso faz sentido e só serve para preencher o atual vazio de diagnóstico. Dizer, como diz a matéria, que Flávio herdaria só metade dos votos do pai tampouco espelha o novo cenário.

Fato é que, qualquer pesquisa feita antes de Jair Bolsonaro ungir seu sucessor, já não vale nada. Se os seguidores mais fiéis do ex-presidente ansiavam por sua reabilitação política e agora compram a sucessão familiar, a pré-candidatura aos poucos será assimilada pelo eleitorado mais amplo de direita, que só espera um nome capaz de derrotar Lula nas urnas.

Esse nome, até ontem, era o de Tarcísio de Freitas. Mas o governador de São Paulo, que tem a reeleição praticamente garantida, já declarou apoio a Flávio, mantendo sua coerência e fidelidade – características escassas na política. Uma decisão corajosa que decepcionou seu principal aliado, Gilberto Kassab, seus amigos do Centrão e toda a Faria Lima; além da cúpula do Judiciário.

FLÁVIO E TARCÍSIO

Mas quem topava Tarcísio deveria avaliar melhor a indicação de Flávio, pois ambos têm muito mais em comum do que se imagina. Assim como o governador, o senador sempre teve bom trânsito com o centro e a esquerda; nunca ofereceu risco ao sistema nem defende qualquer revolução. Os dois só endureceram o discurso contra o STF recentemente, diante da escalada arbitrária contra Bolsonaro.

Por muito tempo, tanto Tarcísio como Flávio acreditaram que haveria uma saída institucional. Se falta ao senador a experiência executiva do governador, sobra-lhe capacidade de articulação. Na administração do pai, o 01 foi peça fundamental na interlocução com a cúpula do Judiciário, aproximando-se especialmente de Gilmar Mendes e Dias Toffoli.

Flávio foi contra a CPI da Lava Toga, apoiou a primeira eleição de Davi Alcolumbre para a Presidência do Senado contra Renan Calheiros; costurou a indicação de Augusto Aras para a PGR e de Nunes Marques para o Supremo. Abriu o governo ao Centrão para garantir governabilidade. Se o irmão Eduardo é associado à batalha cultural entre direita e esquerda, Flávio sempre foi reconhecido pelo pragmatismo político.

FARIA LIMA AINDA NÃO ENTENDEU

Esse pragmatismo foi seguido pelo liberal Paulo Guedes nas negociações com o Congresso que garantiram o ‘Orçamento de Guerra’ na pandemia, a aprovação da reforma da Previdência e também o fortalecimento do Legislativo com as polêmicas emendas parlamentares. Se a Faria Lima hoje o repele em função do sobrenome, talvez seja hora de conhecê-lo melhor. É provável que mudem de opinião após algumas calls.

Se o sobrenome assusta, talvez seja hora de compreender que movimentos populares como o bolsonarismo podem ter seus ciclos de relevância, mas dificilmente se esgotam em apenas um mandato ou podem ser enterrados na base da canetada. Ao contrário. Todo o artificialismo judicial usado para prender, calar e matar politicamente Jair Bolsonaro, reforçou sua resiliência. Deveriam saber que o martírio cria mártires.

Se querem impedir a ruína econômica e social do país num quarto mandato de Lula, Flávio é o melhor que Bolsonaro e o bolsonarismo têm a lhes oferecer.

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