A escalada do risco de desaceleração da atividade mundial fez com que o Itaú Unibanco apontasse viés de baixa para o PIB brasileiro em 2025. A guerra comercial travada pelos EUA foi responsável por trazer para o radar o risco de uma recessão global.
O banco projeta que o resultado primário fique em -0,8% do PIB em 2025 e 2026, pior do que a meta fiscal prometida pelo governo Lula, de -0,6%. “Não esperamos o cumprimento do alvo de -0,6% do PIB (considerando abatimentos e o limite inferior da meta oficial de 0%)”, diz o relatório.
O alerta vem acompanhado de um recado direto ao Planalto: será preciso cortar gastos. O banco destaca que, com a frustração na arrecadação, o governo terá de anunciar medidas mais duras de contenção de despesas.
Na política monetária, o Itaú espera que o Copom eleve a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual nas reuniões de maio e junho. Apesar disso, o banco reconhece que o BC pode encerrar o ciclo já na próxima reunião ou reduzir o ritmo do aperto.
Mesmo com viés de baixa para 2025, o Itaú manteve a projeção de crescimento de 2,2% para este ano. O resultado seria sustentado pela resiliência da economia no curto prazo e pelo desempenho positivo do agronegócio. Espera-se que o PIB do 1T25 cresça 3,1% na variação anual (1,6% na margem), com destaque para o bom desempenho do PIB Agropecuário, mas com crescimento positivo em todos os setores.
Para 2026, a projeção também foi mantida em 1,5%. Os riscos seguem equilibrados: a piora no cenário externo é contrabalançada por estímulos do crédito consignado privado e possíveis medidas contracíclicas.