Uma ala da Procuradoria-Geral da República (PGR) avalia que o procurador-geral Paulo Gonet pode arquivar os inquéritos sobre a falsificação do cartão de vacina da Covid-19 e a venda de joias sauditas, ambos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-integrantes de seu governo.
A Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro no ano passado por suposta adulteração de dados vacinais e pela venda de presentes de alto valor recebidos do governo saudita. No entanto, segundo fontes da PGR, o caso do cartão de vacina estaria mais próximo do arquivamento.
Já a investigação das joias enfrenta questionamentos jurídicos, principalmente após o Tribunal de Contas da União (TCU) revisar uma decisão anterior e determinar que presentes de uso pessoal não configuram patrimônio público. Esse entendimento enfraquece a tese de irregularidade na venda dos itens.
Apesar da possibilidade de arquivamento, membros da PGR apontam que a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado segue forte e estaria interligada a outros casos.
Segundo apuração da CNN, na denúncia sobre o suposto golpe, Gonet traçou conexões entre essas investigações e o chamado esquema da ABIN Paralela, que teria utilizado a estrutura do governo para disseminação de informações falsas.
O procurador-geral também destacou o uso da máquina pública para promover a divulgação de fake news, reforçando a robustez da investigação sobre a tentativa de golpe.