O prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), virou alvo da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (10), em operação que investiga o desvio de recursos públicos da saúde por meio de uma Organização Social (OS). Conhecido nas redes sociais por vídeos curtos e estratégias de autopromoção, Manga agora enfrenta suspeitas graves de envolvimento em organização criminosa e lavagem de dinheiro.
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Agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do prefeito. A operação ocorre dias após Manga anunciar publicamente sua intenção de disputar a Presidência da República em 2026, caso o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) opte pela reeleição em São Paulo. A Polícia Federal não comentou se a decisão de Manga influenciou o momento da operação, mas a ofensiva ocorre justamente em meio à sua tentativa de projeção nacional.
Batizada de “Copia e Cola”, a operação mobilizou mais de 100 agentes federais para cumprir 28 mandados de busca e apreensão em cidades do estado de São Paulo e na Bahia. Segundo a PF, o esquema envolvia fraudes na contratação de uma OS para administrar serviços de saúde no município, com movimentações suspeitas que incluem depósitos em espécie, pagamentos de boletos e aquisições imobiliárias.
Além de Sorocaba, os mandados foram cumpridos em municípios como São Paulo, Santo André, São Caetano do Sul, Santos, Votorantim e Vitória da Conquista (BA). A Justiça também determinou o bloqueio de até R$ 20 milhões em bens dos investigados, além de proibir a OS envolvida de firmar novos contratos com o poder público.
A lista de crimes apurados inclui corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, frustração de licitação e contratação ilegal. Segundo a PF, os investigados responderão conforme suas condutas individualizadas.
A operação acende mais um alerta sobre a fragilidade da gestão de recursos da saúde em prefeituras e a promiscuidade entre dinheiro público e interesses eleitorais. “É o uso da saúde pública como trampolim político, financiado com dinheiro do povo e embalado para o TikTok”, comentou um investigador próximo ao caso.
O prefeito ainda não se pronunciou oficialmente. O espaço segue aberto.