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Papa teve histórico de doenças respiratórias e cirurgias nos últimos anos

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Internado em 14 de fevereiro no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, para tratar uma bronquite, o papa Francisco foi diagnosticado com pneumonia bilateral, quadro que se agravaria nas semanas seguintes. Embora tenha recebido alta em 23 de março, sua saúde seguia fragilizada. A última aparição pública ocorreu no domingo de Páscoa (20), na tradicional bênção aos fiéis.

A morte foi anunciada oficialmente na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano.

“Às 7h35 desta manhã [2h35 de Brasília], o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja.”

Francisco convivia com problemas respiratórios desde os 20 anos, quando passou por uma cirurgia na Argentina que resultou na remoção parcial de um dos pulmões (1957). Desde então, teve recorrentes complicações médicas.

Em julho de 2021, ficou 10 dias internado para tratar um estreitamento no intestino grosso causado por diverticulite, que exigiu a remoção de 33 centímetros do cólon. A mesma condição voltou a afetá-lo em janeiro de 2023.

Já em março daquele ano, Francisco foi internado com uma infecção respiratória e diagnosticado com bronquite. Voltou a ter novo episódio da doença em dezembro, o que o levou a cancelar sua viagem à COP28, em Dubai.

Problemas físicos também o acometiam com frequência. Em maio de 2022, o papa apareceu publicamente em cadeira de rodas pela primeira vez, em razão de osteoartrite. Sofria ainda de dores crônicas nas costas e nos joelhos e passou a utilizar aparelho auditivo em dezembro de 2024.

No final do ano passado, sofreu quedas: em 7 de dezembro, bateu o rosto em uma mesa de cabeceira, aparecendo dias depois com hematomas no queixo; em 16 de janeiro deste ano, caiu novamente e machucou o antebraço direito, que precisou ser imobilizado.

O quadro mais grave teve início em fevereiro de 2025, quando foi diagnosticado com uma infecção polimicrobiana respiratória, causada por múltiplos microrganismos. Internado no dia 14, o pontífice apresentou febre e foi tratado inicialmente por bronquite. Em 18 de fevereiro, os exames confirmaram pneumonia bilateral. Quatro dias depois, o Vaticano classificou a situação como crítica, agravada por uma crise respiratória asmática prolongada.

Em 23 de fevereiro, desenvolveu insuficiência renal leve, embora estivesse sem novas crises respiratórias. No fim do mês, sofreu um broncoespasmo que piorou novamente seu estado de saúde, exigindo broncoaspiração e ventilação mecânica não invasiva com máscara.

O quadro se manteve delicado: em 3 de março, apresentou insuficiência respiratória aguda, sendo submetido a duas broncoscopias e retomando a ventilação assistida. Em 7 de março, completou três semanas internado, com estabilidade considerada frágil.

A melhora começou a ser notada em 12 de março, com exames mostrando evolução positiva. No dia 19, a ventilação mecânica e a oxigenoterapia foram suspensas. Francisco teve alta em 23 de março, com diagnóstico de cura da pneumonia, mas ainda enfrentava sequelas como a voz comprometida.

Mesmo após a recuperação clínica, a fragilidade de seu estado geral e o histórico de doenças respiratórias e degenerativas colocavam o papa em condição de vulnerabilidade. Sua morte, um mês após deixar o hospital, marca o fim de um pontificado marcado não apenas pela atuação pastoral, mas também por frequentes desafios à sua saúde.

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