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Ordem executiva usada por Trump contra Petro foi editada por Biden

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Entenda o que está por trás da inclusão de Petro, família e operador na lista de sanções contra o narcotráfico

A Ordem Executiva 14059, usada por Donald Trump contra Gustavo Petro, foi assinada em 15 de dezembro de 2021 por Joe Biden. Intitulada Imposição de Sanções a Pessoas Estrangeiras Envolvidas no Comércio Ilícito Global de Drogas, ela tem como objetivo impor sanções a estrangeiros envolvidos no comércio ilícito global de drogas.

Seu texto autoriza o Secretário do Tesouro, em coordenação com os Secretários de Estado e Segurança Interna e o Procurador-Geral, a impor restrições, como à entrada nos Estados Unidos, manter bens, ativos ou qualquer tipo e patrimônio nos EUA ou em sociedade com americanos, e bloqueia transações com qualquer entidade ou pessoa em solo americano.

Assim como a Lei Magnitsky, ela impõe sanções secundárias a quem tentar burlá-las, apoiando ações de pessoas designadas. Isso explica a suspensão de todo tipo de ajuda financeira à Colômbia, enquanto o país for presidido por Gustavo Petro, qualificado como facilitador do tráfico internacional de drogas.

Segundo o Departamento do Tesouro, Petro forneceu “benefícios às organizações narcoterroristas sob os auspícios de seu plano de ‘paz total’, entre outras políticas, que levaram a recordes de cultivo de coca e produção de cocaína”.

“Em 15 de setembro de 2025, por causa das ações de Gustavo Petro e de seus comparsas, o presidente determinou que a Colômbia é um grande país de trânsito de drogas ou um importante país produtor de drogas ilícitas e que está ‘falhando comprovadamente’ em defender suas responsabilidades de controle de drogas”, diz a nota emitida por Scott Bessent.

PERDA DE CONFIANÇA

No comunicado, o secretário do Tesouro também destacou o “o comportamento errático de Gustavo Petro”, que “afastou a Colômbia de seus parceiros” tradicionais. Cita à aliança com o regime narcoterrorista de Nicolas Maduro e o episódio em que o colombiano leu, durante pronunciamento à nação, um relatório de inteligência indicando a compra por Iván Duque, seu antecessor, do software espião Pegasus.

“Em 2024, ele compartilhou informações confidenciais obtidas por meio de canais seguros de comunicação antilavagem de dinheiro, ameaçando a integridade do sistema financeiro internacional e levando à suspensão da Unidade de Inteligência Financeira da Colômbia do The Egmont Group. Ele também se aliou ao regime narcoterrorista de Nicolas Maduro Moros e do Cartel de Los Soles.”

FAMÍLIA E OPERADOR

Como publicamos ontem, os EUA incluíram na lista de sanções a mulher de Petro, Veronica del Socorro Alcocer Garcia e seu filho Nicolas Fernando Petro Burgos. Ambos são acusados de atuar em apoio ao presidente colombiano. Nicolas chegou a ser preso na Colômbi por “lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito”, acusado de canalizar dinheiro recebido de narcotraficantes para a campanha do pai.

Outro agente colombiano designado pelo governo Trump foi Armando Alberto Benedetti Villaneda (Armando Benedetti), operador de Petro. Em 2023, gravações de áudio vazadas à imprensa mostraram Benedetti discutindo sua atuação para abastecer o caixa 2 da campanha de Petro à Presidência.

“Todos nós afundamos. Estamos todos acabados. Vamos presos […] Com tanta merda que eu sei, todos nós vamos nos f… Se vocês me foderem, eu vou f… vocês”, dizem os áudios, trocados com a então chefe de gabinete de Petro, Laura Sarabia.

O vazamento levou à demissão de ambos na ocasião. Benedetti exercia o cargo de embaixador na Venezuela e, meses depois, virou ministro do Interior. Já no ano passado, veio à tona outro escândalo envolvendo escutas ilegais contra membros da Suprema Corte. Foi justamente para desviar a atenção pública sobre essas acusações que Petro acusou Duque em rede nacional.

As denúncias paralisaram o pacote de reforma constitucional que Petro enviara ao Congresso. Dias atrás, após ser chamado de “chefe do narcotráfico” por Trump, o presidente colombiano voltou a propor mudanças na Constituição, agora por meio da convocação de uma Assembleia Constituinte. Um claro ato de desespero.

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