Claudio Dantas
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Brasília

O amigo do governador, do ministro e do meu pai

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Há um limite na administração pública que não deve ser ultrapassado. Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado desistiram de comparecer ao evento patrocinado pela Refit (ex-Manguinhos), do bilionário Ricardo Magro. Luís Roberto Barroso, Ciro Nogueira, Jaques Wagner, Cláudio Castro e Aroldo Cedraz foram a Nova York prestigiar o empresário.

Mais empolgado de todos, Aroldo fez questão de tecer elogio público ao “doutor Magro”.

Doutor Magro tem como amigo Tiago Cedraz, filho de Aroldo que já emplacou um diretor da ANP, o Procurador Geral do Rio e até o secretário de Fazenda. Conseguiu renegociar boa parte dos R$ 11 bilhões que deve ao estado comandando por Castro e deve se beneficiar em breve de um programa do governador para abater ainda mais sua dívida.

Na mesma lista de devedores e possíveis contemplados também estão Petrobras, CSN, Ambev, entre outros gigantes. Se outros podem, por que não Magro? Se empresários dos mais diversos calibres também têm apadrinhados em agências reguladoras, bancos e ministérios, qual o problema com este bilionário?

O fato de ter sido preso na Lava Jato e depois absolvido não o diferencia de tantos outros empresários brasileiros. Investigações sobre eventual elo com operações do PCC tão pouco são uma novidade, considerando centenas de casos de políticos, advogados, influenciadores e artistas que surgem a todo momento na mídia.

O crime organizado, aliás, está infiltrado na máquina pública e em setores formais da economia. Raro é não topar com algum negócio que não pertença ao grupo criminoso. Difícil é sobreviver sem relações políticas; duro é não poder contar com o auxílio de quem conhece os tortuosos caminhos da administração pública.

Importante mesmo é saber qual limite não ultrapassar, pois dele depende a estabilidade e a democracia desse incrível país.

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