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Messias culpa governo Bolsonaro de rombo bilionário do INSS

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O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, responsabilizou o governo de Jair Bolsonaro pelo esquema bilionário de fraudes em descontos indevidos no INSS. Em coletiva nesta quinta-feira (8), ele disse que uma “engenharia criminosa” foi montada nos últimos meses da gestão anterior, o que teria permitido o desvio de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas.

“Está muito claro que uma tecnologia criminosa, um modelo criminoso, uma engenharia criminosa foi montada pelo governo anterior, nos estertores do governo anterior”, disse Messias.

Segundo o ministro, a fraude que teria lesado aposentados e pensionistas em pelo menos R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024 só foi possível graças ao desmonte institucional promovido pela gestão Bolsonaro, incluindo a tentativa de privatização da Dataprev — estatal responsável pela infraestrutura de dados da Previdência.

Messias insistiu na narrativa de que a atual gestão foi quem “desbaratou” o esquema e agora trabalha para recuperar os valores desviados. Ele também afirmou que, em caráter excepcional, o governo Lula pode arcar com os custos iniciais do ressarcimento, enquanto tenta localizar os bens dos fraudadores: “Não significa que nós não prosseguiremos com o trabalho de buscar o regresso de cada centavo”.

Messias também provocou o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que gravou um vídeo acusando o governo Lula de ser responsável pelo rombo no INSS e convocando a população a pressionar o Congresso pela criação de uma CPI para investigar o caso.

“Eu vi que teve um deputado que fez um vídeo ontem com o objetivo de lacrar e causar terror e pânico na população. Ele que vá perguntar ao presidente que ele apoia por que desmontaram a Dataprev, por que não investigaram quando houve os primeiros indícios. Ele precisa se explicar”, disse o ministro.

Apesar da narrativa governista de que a origem do esquema remonta à era Bolsonaro, os dados da CGU revelam que os descontos associativos dispararam justamente a partir de 2023 — já sob o governo atual — com alta de 84% naquele ano e de quase 120% em 2024. O governo, até o momento, não detalhou como será feito o ressarcimento aos aposentados lesados, nem a origem dos recursos.

O escândalo já levou à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à saída do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

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