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INSS: Nepotismo, fraudes e sindicatos bilionários!

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O programa Alive desta terça-feira (29) discutiu as recentes denúncias envolvendo o advogado Enrique Lewandowski, filho do ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, contratado pelo Cebap — entidade investigada por fraudes contra aposentados (fraude do INSS). O caso foi debatido por Carol Sponza, cientista política, e Ary Alcântara, analista econômico, que abordaram também o papel dos sindicatos e a presença de parentes de autoridades em funções estratégicas do setor público.

“No próprio ministério que o seu pai atua diretamente é onde você vai. não tem como a gente usar o nosso próprio sobrenome para abrir todas as nossas portas. Só que ‘não tem problema’, porque o STF já liberou”, afirmou Carol Sponza, ao comentar o contrato firmado entre o Cebap e o escritório de Enrique Lewandowski, com atuação prevista em órgãos federais ligados à pasta do pai.

Ela também citou decisões do Supremo Tribunal Federal que permitiram, segundo ela, o avanço de práticas que antes configuravam nepotismo. “Você pode ter a esposa do ministro atuando também no STF, então o STF criou jurisprudência. Não tem problema isso no Ministério da Justiça mais também.”

Ary Alcântara abordou o histórico do sindicalismo no Brasil e fez menção direta a Frei Chico, vice-presidente do Sindnapi, entidade que também foi alvo de mandados de busca na operação da Polícia Federal. “O Frei Chico é um protótipo do comunista derivado. […] Esse é o comunismo pré-histórico, que é um absurdo, mas é uma maluquice. Você imagina você ter dentro das repartições públicas, dentro do judiciário, pessoas decidindo partidariamente.”

Segundo ele, práticas como a contratação de parentes e a atuação sindical sem fiscalização adequada prejudicam a confiança nas instituições. “Nepotismo é um mal. Não porque possa promover incompetentes. Talvez esse filho do Lewandowski seja muito mais competente do que qualquer outra pessoa. Mas não pode. […] Você tem que ter confiança nas instituições.”

O debate aconteceu após a revelação de que, quatro meses antes de ser alvo da Polícia Federal, o Cebap contratou o escritório de Enrique Lewandowski por R$ 50 mil mensais para atuar junto a órgãos como INSS, CGU, TCU, Polícia Federal e Senacon, ligada ao Ministério da Justiça. O contrato foi firmado em 2 de dezembro de 2024, quando a entidade já era investigada por irregularidades.

Durante o programa, também foi discutido o crescimento da arrecadação do Sindnapi, que saltou de R$ 41 milhões em 2021 para R$ 149 milhões em 2023. Auditorias apontaram inconsistências em filiações e descontos realizados em benefícios previdenciários. A Controladoria-Geral da União identificou que, entre 26 aposentados entrevistados, 20 negaram ter se filiado à entidade, apesar dos registros de desconto.

O Ministério da Previdência anunciou a suspensão dos acordos com entidades como o Cebap e prometeu reembolso dos valores descontados em abril. A devolução de valores anteriores será analisada pela Advocacia-Geral da União.

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