Os preços de bens e serviços no Brasil subiram 1,31% em fevereiro, o maior índice para o mês desde 2003. A inflação acumulada chegou a 5,06%, acima do teto da meta estabelecida para este ano, de 4,50%. O resultado está dentro das projeções do mercado financeiro, que estimava alta entre 1,28% e 1,35%.
O aumento foi impulsionado pelo reajuste de 16,80% na energia elétrica residencial, impactando o índice geral em 0,56 ponto percentual. O fim do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos nas contas de luz em janeiro, foi apontado pelo IBGE como a principal causa.
Habitação registrou alta de 4,44%, maior impacto do mês (0,65 p.p.), seguida por Educação (4,70%), Alimentação e Bebidas (0,70%) e Transportes (0,61%).
Os reajustes das mensalidades escolares no início do ano letivo puxaram a inflação no setor da Educação, com aumentos expressivos no ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).
Na alimentação, o ovo de galinha disparou 15,39%, enquanto o café moído subiu 10,77%, reflexo da safra ruim e da maior demanda. Houve quedas nos preços da batata-inglesa (-4,10%), arroz (-1,61%) e leite longa vida (-1,04%).
Nos transportes, os combustíveis registraram alta de 2,89%, com destaque para o óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%). O gás veicular foi o único a apresentar queda (-0,52%).
O INPC, que mede a inflação para famílias de baixa renda, subiu 1,48%, também a maior taxa para fevereiro desde 2003. O acumulado dos últimos 12 meses atinge 4,87%.
O mercado financeiro elevou suas projeções de inflação para 2025, com previsão de 5,68%, enquanto o Banco Central admitiu que há 50% de chance de a meta inflacionária ser descumprida este ano. O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 18 e 19 de março, será crucial para definir os rumos da taxa de juros.