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Indígenas avançaram espaço do Congresso; Entenda o que aconteceu durante evento financiado por aliados do governo Lula

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Cerca de mil manifestantes indígenas que participam do Acampamento Terra Livre (ATL) avançaram sobre o gramado do Congresso Nacional, em Brasília, na tarde desta quinta-feira (10). A invasão violou o acordo previamente firmado com a organização do protesto e forçou a atuação da Polícia Legislativa, que conteve o grupo com uso de agentes químicos.

“As Polícias Legislativas Federais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal usaram agentes químicos para conter a invasão e impedir a entrada no Palácio do Congresso”, declarou a Câmara em nota oficial.

O grupo rompeu as barreiras físicas instaladas em torno do prédio, ultrapassando o perímetro acordado — limitado à Avenida José Sarney, antes da Avenida das Bandeiras. A movimentação provocou reforço imediato na segurança da Câmara e do Senado.

Em nota, o Senado Federal afirmou que “devido ao avanço inesperado de manifestantes do acampamento indígena ‘Terra Livre’ em direção à sede do Poder Legislativo, foi necessário conter os manifestantes, sem grandes intercorrências”. A segurança do Congresso afirmou ainda que a dissuasão foi feita com “meios não letais” e que a ordem foi restabelecida.

Apesar do episódio, a presidência do Congresso se apressou em reiterar “respeito aos povos originários e a toda e qualquer forma de manifestação pacífica”. Mas destacou que é “indispensável que seja respeitada a sede do Congresso Nacional e assegurada a segurança dos servidores, visitantes e parlamentares”.

A 21ª edição do Acampamento Terra Livre ocorre entre os dias 7 e 11 de abril, com apoio explícito do governo federal. A mobilização reúne milhares de indígenas de diversas etnias, com foco em demandas sobre demarcação de terras, saúde e políticas públicas. A estrutura do evento conta com financiamento público e apoio logístico de entidades alinhadas à esquerda, como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que mantém laços com o governo Lula.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que manifestantes rompem os gradis de segurança e avançam em direção ao Congresso. A ação foi rapidamente respondida com o uso de spray químico e barreiras humanas, evitando a ocupação do prédio.

A tentativa de invasão levanta novos alertas sobre o uso político de movimentos sociais por parte do governo, que, enquanto defende liberdade de manifestação para aliados, se mantém em silêncio diante de atos de intimidação contra o Legislativo.

Deputados da oposição cobram providências e criticam o que classificam como “conivência seletiva” por parte do Planalto. “Se fosse uma manifestação da direita, o tratamento seria outro. O Estado seria implacável. Aqui, preferem fingir que não aconteceu nada”, disse um parlamentar do PL sob reserva.

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