A greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que completou 180 dias nesta semana, está gerando prejuízos bilionários aos cofres públicos. De acordo com o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco Nacional), cerca de R$ 14 bilhões em transações tributárias não foram finalizadas devido à paralisação da categoria.
Os valores já estavam em fase final de negociação e prontos para serem incorporados ao Orçamento, mas as tratativas estão paradas.
Os auditores fiscais estão em greve desde novembro do ano passado, reivindicando reajuste salarial. A paralisação afeta o trabalho das equipes que tratam das transações tributárias, operações que permitem a regularização de dívidas ativas da União em condições especiais. Sem o acordo, os recursos deixam de ser recuperados para os cofres públicos.
Além do impacto fiscal, a operação padrão, conhecida como “operação tartaruga”, tem atrasado a entrega de encomendas no país. Segundo o Sindifisco, cerca de 1 milhão de remessas estão retidas aguardando liberação nas aduanas de todo o Brasil.
Na segunda-feira (26), o Sindifisco Nacional rejeitou a primeira proposta apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI) para o reajuste do vencimento básico da categoria. Cerca de 95% dos auditores votaram contra a oferta do governo, alegando que o reajuste não abrange toda a categoria e ainda é muito inferior ao concedido a outras carreiras do funcionalismo federal.
O Sindifisco informou que irá formalizar o resultado da assembleia nacional e aguarda uma nova rodada de negociações com o governo.