O deputado estadual Leandro de Jesus (PL-BA) protocolou há pouco um pedido de impeachment contra o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), por sugerir que Jair Bolsonaro (PL) e seus eleitores fossem levados “para a vala”.
Durante discurso na última sexta-feira (02), o petista criticou o ex-presidente por não ter atendido “nenhum governador que votou contra ele” durante seu mandato. Ele também atacou a gestão de Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19.
“Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia, sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta! Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira, bota e leva tudo para a vala”, afirmou Jerônimo na ocasião.
No pedido de impeachment, Leandro diz que a declaração do governador “transcende os limites do discurso político legítimo, configurando uma exortação à violência e ao extermínio de milhões de cidadãos brasileiros que, no exercício de seu direito democrático, optaram por determinado candidato nas eleições presidenciais”.
O deputado baseou-se no artigo 7º da Lei do Impeachment (Lei nº 1.079/1950), que define os crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos direitos políticos.
“A metáfora empregada, que evoca o uso de uma ‘retroescavadeira’ para conduzir opositores e eleitores a uma ‘vala’, remete a práticas de genocídio e violação em massa dos direitos humanos, sendo absolutamente incompatível com os postulados do Estado Democrático de Direito”, completou o parlamentar.
Nesta segunda (05), ao ser questionado por jornalistas, Jerônimo disse que a fala foi “descontextualizada”:
“Se o termo ‘vala’ foi pejorativo, o governador tem toda humildade para dizer: desculpem pelo termo, mas não houve a intenção nenhuma de desejar a morte de ninguém, nem de querer matar ninguém. Isso está longe da minha atitude, da minha e do meu grupo. Então se alguém se utilizou disso para querer colocar, em minha boca, palavra de ira, de revolta, não vai conseguir porque eu tenho a plena certeza e clareza da minha responsabilidade. A palavra de um governador pesa, por isso que eu estou dizendo do termo pejorativo da força da expressão”.