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Gayer explica ato concentrado em Copacabana: 'Passar mensagem para o mundo'

Em entrevista ao programa ALive, do jornalista Claudio Dantas, o deputado federal Gustavo Gayer explicou nesta quarta-feira (26) a estratégia de Jair Bolsonaro de concentrar as manifestações de 16 de março apenas em Copacabana (RJ).

De acordo com ele, o objetivo é reunir o máximo de apoio popular para “passar uma mensagem para o mundo”, já que, no Brasil, “os instrumentos que tínhamos aqui para resgatar a democracia já foram esgotados, foram sequestrados”.

Recentemente, Bolsonaro orientou os líderes dos atos e aliados a concentrarem o público em Copacabana, em vez de realizarem manifestações em outras capitais ou cidades. No X, Fabio Wajngarten, ex-ministro de Bolsonaro, afirmou que “qualquer chamamento diferente é oportunismo político de quem não acolhe os pedidos do Presidente”.

“A gente conversou bastante com Bolsonaro e agora eu entendo a visão dele. O objetivo não é tanto as manifestações para pressionar o que está acontecendo aqui dentro. A nossa percepção é que os instrumentos que nós tínhamos aqui no Brasil para resgatar a democracia e fazer a coisa avançar já foram esgotados ou estão sequestrados”, afirmou Gayer ao responder um questionamento do jornalista Claudio Dantas sobre o tema.

Gayer disse que a intenção é chamar a atenção de outros países do mundo para o Brasil. “A ideia agora é passar uma mensagem para o mundo. É a interferência do mundo para perceber. O simples fato de entender e perceber o que realmente está acontecendo aqui já vai interferir em como as coisas acontecerão”, afirmou o deputado, ressaltando que a concentração da manifestação em um único local vai fortalecer essa imagem.

Na entrevista, o parlamentar também explicou que a estratégia de Bolsonaro e aliados prevê um 2º ato na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), antes de abrir espaço para mobilizações populares espontâneas. “Fazer um ato em Copacabana (RJ), dia 6 [de abril], fazer outro na Avenida Paulista (SP) e depois liberar. Aí libera o povo. Deixa esse movimento, essa sensação anti-lulista aumentar cada vez mais, e, realmente, ela vai continuar aumentando. Depois, libera o povo. Deixa as pessoas fazerem suas manifestações”, afirmou.

E a estratégia internacional de Bolsonaro já surte efeito. Ontem (26), a justiça americana desconsiderou e-mails de Moraes como manifestação oficial do governo brasileiro. Hoje, a lei ‘anti-Moraes’ foi aprovada por uma comissão americana, e o Governo Trump se manifestou oficialmente pela 1ª vez contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

O principal foco das manifestações será a anistia dos presos do 8 de Janeiro, de acordo com Gayer. “O foco agora é a anistia. Às vezes, quem está lá querendo fazer a manifestação na sua cidade não é igual a mim e a você, que sentamos com os familiares dos envolvidos no 8 de Janeiro. Então, para eles, talvez, a prioridade possa ser outra. Para a gente, não há nada mais importante neste momento do que desfazer essa injustiça. É algo que tira o sono de muitos de nós, ver o que essas pessoas estão passando”, declarou.

“Então, essa manifestação terá esse foco prioritário na anistia, depois, em São Paulo, na Paulista, e aí libera para o Brasil”, concluiu o deputado federal.

Líderes de outros movimentos não seguiram a orientação de Bolsonaro e decidiram manter as manifestações para 16 de março. Em vídeo, o líder do Movimento Reforma Brasil disse que teve uma reunião com a PM de SP e que a manifestação na Avenida Paulista permanece confirmada.

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Gianlucca Gattai

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