O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, disse há pouco que as investigações sobre descontos indevidos aplicados a beneficiários do INSS ainda estão em fase inicial. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa realizada horas após a deflagração da operação Sem Desconto, que apura o esquema.
Segundo a PF, entidades investigadas são suspeitas de cobrar mensalidades de aposentados e pensionistas sem autorização. Os desvios teriam ocorrido entre 2019 e 2024 e, de acordo com as estimativas, podem ultrapassar R$ 6,3 bilhões.
Rodrigues afirmou que a operação de hoje quarta representa um avanço importante, mas não encerra as apurações. Segundo ele, a investigação está concentrada em três eixos principais: as entidades envolvidas, os operadores financeiros e os servidores públicos.
“Foi possível comprovar as nossas hipóteses criminais que fazem parte do plano de investigação desenhando muito nitidamente para todos os investigadores que, de fato, estamos no caminho correto e que a proteção dos pensionistas e aposentados é o grande objeto dessa investigação”, afirmou o diretor-geral da PF.
Ele acrescentou que parte dos operadores financeiros já foi identificada, incluindo empresas e pessoas físicas que teriam recebido os valores indevidamente. “Por isso que eu digo que conseguimos comprovar nossa hipótese criminal”, reforçou.
“De maneira inicial, é o começo da investigação, conseguimos esse mapeamento. Tanto que hoje, com um único alvo, foram apreendidos vários carros, Ferrari, Rolls Royce, avaliados em mais de R$ 15 milhões […] Isso, por si só, aponta a gravidade daquilo que estamos falando e o tiro certo que demos nessa investigação”, declarou Rodrigues.
Entre os alvos da operação está o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi afastado por determinação judicial. Ele foi indicado ao cargo por Carlos Lupi, ministro da Previdência, e nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outros servidores do instituto também foram afastados.