Denunciado pela PGR por integrar a trama golpista, o engenheiro Carlos Rocha, fundador do Instituto Voto Legal (IVL), defendeu-se das acusações durante o programa ALive, do jornalista Claudio Dantas. Ele lembrou sua trajetória no debate sobre o voto eletrônico, disse que sempre tratou de melhorias do sistema com o próprio Tribunal Superior Eleitoral e tem várias sugestões para otimizá-lo.
Além de defender o resultado da auditoria das eleições de 2022, que identificou problemas nos logs das urnas, disse que “seria ótimo poder debater de forma técnica, naturalmente, com a autoridade eleitoral, a nossa proposta de um novo sistema eleitoral, que, inclusive, na nossa avaliação, deveria separar os dados de identificação do eleitor dos dados de votação”. “Hoje, eles são misturados na mesma rua”, afirmou.
Segundo o engenheiro, o ideal é que a identificação do eleitor seja removida da urna eletrônica, que deve se concentrar exclusivamente na coleta dos dados de votação.
Rocha mencionou ainda a existência de estudos aprofundados sobre o tema e recomendou que os “interessados no assunto” busquem referências no Massachusetts Institute of Technology (MIT), que possui um laboratório de estudos de dados e ciências eleitorais, e na Universidade da Flórida, que também conta com um laboratório especializado na análise de dados eleitorais.
O engenheiro também defendeu “a separação entre Administração Eleitoral e Justiça Eleitoral”, para que os ministros do TSE fiquem preservados em sua independência ao julgar. Hoje, o Tribunal organiza as eleições e depois julga seu resultado, o que torna o processo pouco isento.
Na entrevista, ao comentar sobre o processo de auditoria, Rocha ressaltou a importância de cumprir as resoluções estabelecidas e debater as propostas de melhoria após a realização das eleições. “Este é um ano que não tem eleição, me parece uma boa oportunidade. Em vez de a gente ficar criminalizando a auditoria eleitoral, que é um trabalho essencial”, explicou o fundador do IVL, reforçando que a auditoria independente é fundamental para a evolução do sistema eleitoral.
Rocha destacou ainda que o debate deve ser técnico, com a participação de especialistas, e a autoridade eleitoral não deve silenciar as discussões sobre melhorias. Para o engenheiro, é crucial aproveitar este ano para garantir a transparência do sistema eleitoral, fortalecer a confiança da sociedade na democracia e assegurar que o processo atenda à boa governança.
