A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por uma suposta tentativa de golpe de Estado, apresentada nesta terça-feira (18), intensifica a pressão para que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) dispute a Presidência em 2026, em vez da reeleição, como tem declarado publicamente.
Desde o início de seu mandato, Tarcísio tem sido cotado como presidenciável, mas a iminente denúncia contra Bolsonaro e o aumento na desaprovação do governo Lula aumentaram as especulações. Aliados veem nele um nome forte para conquistar eleitores moderados e bolsonaristas, ampliando as chances da direita contra o PT.
Dirigentes partidários afirmam que Tarcísio nega publicamente qualquer intenção de concorrer à Presidência por lealdade a Bolsonaro, mas segue como opção viável nos bastidores. O governador orientou sua equipe a focar na entrega de bons resultados em 2025 para consolidar sua reeleição, mas admite que poderia disputar a Presidência caso Bolsonaro lhe desse aval.
Por enquanto, Bolsonaro defende que Tarcísio busque a reeleição e avalia seguir como candidato até o limite do prazo de registro, estratégia usada por Lula em 2018, para depois indicar um substituto, possivelmente Eduardo Bolsonaro. Além disso, Bolsonaro quer que Tarcísio migre para o PL, garantindo o controle do governo paulista e fortalecendo a sigla para 2026.
O secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), aliado de Tarcísio em 2022, também se opõe à candidatura presidencial do governador. Ele almeja ser vice na chapa de Tarcísio e depois disputar o governo estadual em 2030. No xadrez eleitoral, a direita vê vantagem no pleito paulista, enquanto a esquerda sofre com a falta de nomes competitivos.