O tradicional ato do Dia do Trabalhador organizado por centrais sindicais nesta quinta-feira (1º), em São Paulo, teve baixa adesão popular e não contou com a presença do presidente Lula, que decidiu evitar um novo desgaste político após o escândalo de fraudes no INSS, envolvendo o desvio de R$ 6 bilhões.
O evento foi realizado no Campo de Bagatelle, na zona norte da capital paulista, e promovido pelas principais centrais sindicais do país: Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central e Pública. Apesar do apoio institucional, o público foi pequeno, marcando contraste com mobilizações do passado.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, esteve presente no local e tentou minimizar o esvaziamento, atribuindo o fracasso a uma suposta fase de “retomada” das entidades sindicais.
“Eu acho que as centrais estão em um processo de retomada. Hoje não foi um público que eles estavam acostumados a fazer no passado”, afirmou.
Além de Marinho, participaram os ministros Cida Gonçalves (Mulheres) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), enquanto Lula se manteve ausente.
A exemplo do que fez em 2007 e 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu passar este 1º de Maio recluso no Palácio da Alvorada, evitando comparecer às manifestações organizadas pelas centrais sindicais. A ausência ocorre um ano após o fracasso de público no ato de 2024, em São Paulo, e em meio à explosão do escândalo bilionário no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O receio era de que Lula enfrentasse novo constrangimento diante de um público esvaziado, o que reforçou o conselho de seus auxiliares para evitar exposição.
Com o escândalo das fraudes no INSS ainda em alta, o governo busca agora desviar o foco apostando em uma agenda positiva para o Dia do Trabalhador. A principal proposta em destaque neste 1º de Maio é o fim da jornada de trabalho no regime 6 por 1, pauta defendida pelas centrais que organizam o ato desta quinta-feira.