A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfrenta nova crise de gestão. Na quinta-feira (15), a 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) destituiu Ednaldo Rodrigues da presidência, após denúncias de falsificação da assinatura do vice-presidente Coronel Nunes em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
O desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro nomeou Fernando Sarney, vice-presidente, como interventor e determinou a convocação imediata de eleições. Caso a fraude se confirme, a eleição de Rodrigues será anulada.
Desde 1989, apenas Ricardo Teixeira (1989-2012) concluiu seu mandato na CBF, embora tenha deixado o cargo sob acusações de corrupção. A entidade acumula histórico de escândalos: Teixeira, banido pela FIFA em 2019, recebeu US$ 8 milhões em propinas.
José Maria Marin (2012-2015), preso no “Fifagate” em 2015, cumpriu quatro anos de prisão nos EUA por corrupção; Marco Polo Del Nero (2015-2017), também banido pela FIFA, deixou a presidência em meio a denúncias.
Já Rogério Caboclo (2019-2021), caiu após acusações de assédio moral e sexual. Coronel Nunes, interino entre 2017 e 2018 e em 2021, é o único dos últimos sete mandatos sem afastamento.
O TAC, assinado em 2022 com o MPRJ, pretendia regularizar a eleição de Rodrigues, mas a falsificação da assinatura de Nunes comprometeu sua legitimidade. A decisão judicial reflete a instabilidade crônica da CBF, que enfrenta dificuldades para manter governança transparente.
Cronologia dos presidentes da CBF (1989-2025)
Ricardo Teixeira (1989-2012): Renunciou sob suspeitas de corrupção; banido pela FIFA em 2019 por propinas.
José Maria Marin (2012-2015): Preso em 2015 no “Fifagate”; condenado em 2017 a quatro anos de prisão nos EUA.
Marco Polo Del Nero (2015-2017): Banido pela FIFA em 2018 por corrupção.
Coronel Nunes (interino, 2017-2018 e 2021): Único sem afastamento definitivo.
Rogério Caboclo (2019-2021): Afastado por denúncias de assédio moral e sexual.
Ednaldo Rodrigues (2022-2025): Destituído por falsificação de assinatura em TAC.