Por André Marsiglia
O ministro Alexandre de Moraes enfrenta uma encruzilhada em relação ao pedido de devolução do passaporte de Jair Bolsonaro. A solicitação de liberação para viagem aos EUA, em razão da posse de Donald Trump levanta questões jurídicas e políticas importantes. Se Moraes devolver o passaporte, como não se trata de uma viagem oficial, outras viagens e convites também seriam afetados. Isso poderia expor a retenção como uma medida arbitrária. Por outro lado, se não devolver, o Brasil pode ser criticado internacionalmente por restringir a liberdade de um ex-presidente.
A decisão de Moraes em solicitar mais documentos e abrir espaço para a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) pode ser uma tentativa de ganhar tempo. Isso permitiria que a posse de Trump ocorresse sem a presença de Bolsonaro e sem uma decisão judicial. Moraes talvez busque se justificar dizendo que o atraso não foi dele, mas das partes e da PGR. Bolsonaro ganha politicamente em qualquer caso. Se o ministro decidir a seu favor, vence uma batalha importante e se projeta ao lado de Trump na posse.
Se sua ida não for viabilizada, acaba projetado internacionalmente como um político preso pelo arbítrio da Corte Suprema
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