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Campos Neto critica gastos do governo e defende atuação do BC

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O ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto afirmou nesta terça-feira (8) que o problema da economia não está na autoridade monetária, mas nas políticas adotadas pelo governo Lula (PT), que segundo ele aumentam a inflação estrutural. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Campos Neto defendeu a atuação do BC e criticou os gastos sociais promovidos pela atual gestão.

Eu acho que o Banco Central está indo super bem. Eu acho que o problema não está no Banco Central. Às vezes tem muita mídia em torno do BC. O Banco Central tem uma ferramenta, que é os juros, para atingir uma missão que nem é dada por ele, a missão é dada pelo governo”, afirmou o ex-presidente do BC.

Campos Neto ressaltou que a meta de inflação é definida pelo governo, por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN), e não pelo Banco Central.

O governo poderia mudar tudo, se quisesse, mas, não. O governo escolheu fazer a meta de inflação do jeito que ela é feita e tem uma meta que é escolhida pelo governo. O Banco Central usa os juros para atingir aquela meta”, afirmou.

Apesar das críticas, o ex-presidente do BC voltou a afirmar que alterar a meta de inflação não traz credibilidade, posição que já havia manifestado em 2022 e 2023.

Campos Neto também criticou medidas adotadas pelo governo que, segundo ele, são populares a curto prazo, mas causam distorções no longo.

Despesas sociais são ótimas, mas precisam ter porta de saída. Quando você estimula a demanda, dando dinheiro para as pessoas que precisam e vão consumir, a gente precisa saber a implicação disso no longo prazo”, afirmou.

Na última ata do Copom (Comitê de Política Monetária), o BC indicou que a desaceleração da economia é uma condição necessária para trazer a inflação de volta à meta de 3%. A projeção do Banco Central para o crescimento do PIB em 2025 foi reduzida de 2,1% para 1,9%. O IPCA de fevereiro foi de 5,06% e pode subir para 5,6% em março, segundo estimativas da autoridade monetária.

A Selic foi elevada para 14,25% ao ano, com sinalização de nova alta em maio.

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