O café moído acumulou alta de 80,2% em 12 meses até abril e registrou a maior inflação entre os 377 itens do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), segundo o IBGE. É também a maior variação anual para o produto desde a implementação do Plano Real, em julho de 1994.
Segundo o IBGE, o último índice superior havia sido registrado entre junho de 1994 e maio de 1995, quando o acumulado chegou a 85,5%. Aquele dado, no entanto, ainda refletia o mês anterior à entrada do real em circulação.
A disparada no preço do café ocorre em meio a problemas na oferta, o que pressionou o mercado internacional e reduziu a disponibilidade do produto no país. O resultado foi um impacto direto no bolso do consumidor brasileiro.
O avanço expressivo do café reforça a tendência de aumento dos preços dos alimentos sob o governo Lula, agravando o custo de vida, especialmente para as famílias de menor renda, que mais consomem produtos da cesta básica.
Em abril, o café moído subiu 4,48%, tornando-se um dos principais itens de pressão no grupo de alimentação e bebidas, que teve alta de 0,82% no mês. O grupo é o de maior peso no IPCA e foi determinante para que a inflação geral de abril fechasse em 0,43%.