A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, reagiu duramente ao vice-presidente do PT, Washington Quaquá, após ele publicar uma foto ao lado da família de Domingos Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Anielle afirmou que acionará a Comissão de Ética do partido contra Quaquá, que também defendeu publicamente a inocência de Brazão.
Quaquá, que também é prefeito de Maricá (RJ), compartilhou nas redes sociais uma foto com familiares de Domingos e Chiquinho Brazão, além de um texto em que argumenta que “não há sequer uma prova contra eles”. No texto, Quaquá criticou a investigação, sugerindo que a família Brazão foi usada como distração e mencionou a relação do caso com o condomínio onde moravam o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho.
“Não sou um rato que se esconde no esgoto para fugir da luz. Eu tenho honra e não vou trocar a verdade por medo de prejuízos de imagem!”, afirmou Quaquá em sua postagem. Ele ainda declarou que “a verdade tem que ser defendida, até mesmo em honra à memória da Marielle”.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Washington Quaquá (@washington.quaqua.5)
Em resposta, Anielle Franco pediu para que Quaquá “tire o nome da minha irmã da boca” e classificou sua postura como “repugnante”. “É inacreditável ver pessoas se aproveitarem e usarem o nome de minha irmã sem qualquer responsabilidade”, declarou. Ela afirmou que a atitude vai contra os princípios do governo e do partido e anunciou que levará o caso à Comissão de Ética do PT.
Inacreditável, depois de tudo que a gente passou, ver pessoas se aproveitarem e usarem o nome da minha irmã sem qualquer responsabilidade.
Minha família e a de Anderson ainda choram todos os dias pelas nossas perdas e lutamos duramente pra que a justiça começasse a ser feita.…
— Anielle Franco (@aniellefranco) January 9, 2025
A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, também se manifestou contra a postura de Quaquá. Anielle, filiada ao PT desde 2024, tem reforçado que a postura do dirigente é incompatível com os valores do partido.
O caso reacende as discussões sobre as investigações do assassinato de Marielle Franco, que completou quase sete anos sem respostas definitivas. As declarações de Quaquá, assim como sua defesa pública da família Brazão, geraram críticas dentro e fora do PT, expondo tensões internas no partido.