O Ministério Público (MP) do Paraguai anunciou há pouco a abertura de um processo criminal para investigar a suspeita de espionagem por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teria como alvos autoridades e instituições paraguaias.
Ontem (1º), o governo paraguaio convocou o embaixador do Brasil em Assunção, José Antônio Marcondes, para cobrar esclarecimentos sobre o suposto monitoramento realizado pela agência brasileira.
“Segundo relatos, essas ações teriam como objetivo obter informações confidenciais relacionadas às negociações tarifárias da Usina Hidrelétrica de Itaipu, afetando supostamente os gabinetes de altos funcionários nacionais, incluindo o Presidente da República, membros do Congresso, o corpo diplomático e autoridades da ANDE”, informou o MP em nota.
“O Ministério Público reafirma seu compromisso com a proteção da soberania nacional e dos direitos fundamentais contra qualquer forma de interferência indevida e dará continuidade às investigações na forma da lei”, acrescentou.
A suspeita envolve uma possível operação hacker da Abin contra autoridades paraguaias, conforme revelou o site UOL. Segundo a publicação, a ação teria sido autorizada por Luiz Fernando Corrêa, diretor da agência nomeado pelo governo Lula, e teria como objetivo obter informações sigilosas sobre as negociações tarifárias da usina de Itaipu, um tema sensível nas relações entre os dois países.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), um funcionário da Abin afirmou que a atual gestão da agência realizou invasões nos sistemas do governo paraguaio, incluindo redes do Congresso, da Presidência e de autoridades ligadas às negociações de Itaipu.
Diante das denúncias, a PF instaurou um inquérito na quarta (02) para apurar o caso.