Jair Bolsonaro depôs nesta quinta-feira (5) na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, no inquérito que investiga a conduta de seu filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. O deputado federal, que está licenciado, é acusado pela PGR de coação no curso do processo (art. 344 do Código Penal), obstrução de investigação (Lei 12.850/2013) e atentado contra o funcionamento dos poderes constitucionais (art. 359-L do Código Penal).
Em cerca de duas horas de interrogatório, o ex-presidente afirmou ter transferido R$ 2 milhões via Pix para sustentar Eduardo, que reside nos EUA com a esposa e dois filhos. “Dinheiro limpo. Lá tudo é mais caro. Não quero que passe dificuldade”, disse à imprensa.
“Vocês sabem que, lá atrás, eu não fiz campanha, mas foi depositado na minha conta R$ 17 milhões e eu botei R$ 2 milhões na conta dele [Eduardo Bolsonaro]. Lá fora tudo é mais caro, eu tenho dois netos, um de 4 e outro de um ano de idade, ele [Eduardo] tá lá fora, não quero que passe dificuldade”, acrescentou Bolsonaro.
Bolsonaro também negou qualquer “lobby” de Eduardo junto às autoridades americanas para obter sanções contra membros do STF, da PGR e da Polícia Federal. “Não existe sancionamento por lobby, só por fatos. Existem fatos contra os direitos humanos e a liberdade de expressão.” De fato, as medidas avaliadas pelo governo Trump dizem respeito a violações contra empresas americanas, como a StarLink, e cidadãos americanos ou residentes, como Allan dos Santos, Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo.