No programa “Alive” desta sexta-feira (28), os jornalistas Cláudio Dantas e Eli Vieira criticaram o avanço da agenda woke no Brasil e seu uso como um “instrumento para corrupção e censura”. Segundo eles, governos progressistas e grandes corporações vêm utilizando essas pautas identitárias para beneficiar aliados políticos, restringir o debate público e desviar recursos públicos sob o pretexto de inclusão social.
“Muita gente acha que a agenda woke se resume a defender minorias, mas a verdade é que ela se tornou uma ferramenta de controle e enriquecimento para um grupo muito específico”, afirmou Eli Vieira. “O que vemos é um sequestro do discurso progressista para fins políticos e financeiros. Isso não tem nada a ver com justiça social, tem a ver com poder.”
Cláudio Dantas reforçou a crítica, afirmando que essa agenda serve como um “escudo ideológico” para impedir investigações e blindar aliados do governo. “O que acontece é que se cria um ambiente em que qualquer crítica é imediatamente taxada como preconceito. Isso paralisa o debate e impede que esquemas sejam expostos”, denunciou.
Um dos exemplos mencionados no programa foi o caso do Netlab, laboratório vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que recebe financiamento de estatais e grandes empresas privadas para supostamente monitorar desinformação na internet. “O problema não é ter pesquisas sobre redes sociais. O problema é que esse tipo de iniciativa, financiada com dinheiro público, acaba virando ferramenta de perseguição política”, criticou Dantas. “Quem define o que é desinformação? Quem fiscaliza essas entidades? Esse tipo de mecanismo foi usado nos EUA e na Europa para censurar opositores, e agora está sendo aplicado no Brasil.”
Corrupção disfarçada de militância
Segundo Eli Vieira, esse fenômeno faz parte do que ele chama de “capitalismo de compadrio identitário”, no qual grandes empresas e governos se beneficiam mutuamente sob a bandeira da diversidade. “A Itaipu financia projetos de identitarismo em vez de reduzir tarifas. A Petrobrás gasta milhões em eventos culturais alinhados a uma agenda política específica. Isso não é sobre justiça social, é sobre usar dinheiro público para financiar aliados”, criticou.
Dantas acrescentou que esse processo gera um ciclo vicioso, no qual a pauta identitária é usada para justificar gastos e blindar instituições de qualquer tipo de escrutínio. “Se alguém denuncia, é acusado de racismo, machismo ou qualquer outra coisa. Isso desvia o foco da real questão: o mau uso do dinheiro público”, afirmou.
No programa, Vieira também falou sobre o lançamento de seu livro, “Mais iguais que os outros: Demolindo o identitarismo a partir de suas falácias”, no qual desmonta as bases teóricas do movimento identitário. “O identitarismo se vende como uma luta por igualdade, mas na prática cria um sistema de privilégios e censura”, explicou.
O livro questiona a ideia de que a sociedade deve ser organizada com base em categorias raciais e de gênero, denunciando como esse modelo fortalece burocracias e gera segregação. “No final das contas, o identitarismo serve para dividir as pessoas e garantir poder a uma elite política e acadêmica”, afirmou Vieira.
Assista ao programa de hoje na íntegra: