O número de mortes por malária entre indígenas caiu 71,8% em 2024, com 9 óbitos, contra 32 em 2023. No entanto, os dados do Ministério da Saúde mostram que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou os piores índices da doença entre povos indígenas em 12 anos, com 54.975 casos em 2024.
Em 2023, o Brasil teve o maior número de mortes por malária entre indígenas desde 2012, revelam informações obtidas via Lei de Acesso à Informação (LAI).
A situação mais grave ocorre na Terra Indígena Yanomami, que abriga cerca de 30 mil indígenas em uma área de 96 mil km² entre Roraima e Amazonas. Desde 2010, a etnia registrou 102 mortes por malária, sendo 74 apenas entre 2020 e 2023.
Os casos explodiram em 2024. No 1º semestre, foram 18.310 infecções, contra 14.450 em todo o ano de 2023, um aumento de 26,7%. Diante do cenário, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para cobrar transparência do governo Lula.
A Apib denunciou falhas no repasse de informações sobre o avanço da malária na região, destacando a falta de dados atualizados. O ministro Luís Roberto Barroso determinou, em 6 de fevereiro, que o governo federal explique o aumento de casos na Terra Yanomami.
Ministério da Saúde minimiza crise
O Ministério da Saúde atribui o crescimento da malária à “melhoria na notificação e identificação de casos”, após o decreto de Emergência em Saúde Pública, em janeiro de 2023. Segundo a pasta, o número de exames realizados na Terra Yanomami subiu 83,1% no primeiro trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para a Apib, no entanto, o governo não conseguiu resolver a crise sanitária na região, mesmo após dois anos de emergência. A entidade reforça que a falta de assistência e o avanço do garimpo ilegal continuam a colocar a população indígena em risco.