A CDU (União Democrata Cristã), liderada por Friedrich Merz, venceu as eleições para o Bundestag, neste domingo (23), com 28,6% dos votos, garantindo 208 das 630 cadeiras no Parlamento alemão. Apesar da vitória, Merz não terá maioria e precisará formar uma coalizão para assumir o cargo de chanceler.
O líder da CDU tem dois caminhos: uma aliança com a centro-esquerda (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, ou um acordo com a direita (AfD), que enfrenta isolamento político.
A AfD (Alternativa para a Alemanha), de Alice Weidel, ficou em segundo lugar, com 20,7% dos votos, conquistando 151 cadeiras. Apesar disso, Merz afirmou que não governará com a AfD, mantendo a postura tradicional da CDU de isolar a legenda.
Weidel, por sua vez, classificou a exclusão da AfD como “fraude eleitoral”. A pressão por uma aliança com a direita vem também do governo de Donald Trump, nos EUA, que pode endurecer a política tarifária contra a Alemanha caso o partido continue excluído.
A outra opção de Merz seria uma coalizão com o SPD (centro-esquerda), que terá 121 cadeiras. O partido já integrou três dos quatro governos de Angela Merkel e pode repetir a parceria.
Nesta eleição, o número de cadeiras no Bundestag foi reduzido de 733 para 630. Uma nova cláusula de barreira excluiu partidos com menos de 5% dos votos, como o FDP (Partido Democrático Livre), de centro-direita, que fazia parte da coalizão de Scholz.
Se Merz formar governo, ele será o sexto chanceler da CDU desde o fim da Segunda Guerra Mundial.