O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o Hamas “vai pagar” por não ter devolvido o corpo de Shiri Bibas, sequestrada junto com sua família. O grupo extremista entregou, na última quinta-feira (20), o que seria seu corpo, mas exames apontaram que se trata de outra mulher não identificada.

Os corpos dos filhos de Shiri, Ariel e Kfir Bibas, de 4 anos e 9 meses, foram entregues e identificados. O pai das crianças, Yarden Bibas, foi libertado em 1º de fevereiro.

Netanyahu classificou a ação como “cruel e má violação do acordo” e prometeu buscar o retorno de todos os reféns, vivos ou mortos. “O Hamas vai pagar por isso”, declarou.

O grupo extremista ainda não se pronunciou sobre a falha na entrega do corpo. A situação pode afetar as negociações para uma nova fase do cessar-fogo, prevista para os próximos dias. Uma nova entrega de seis reféns está marcada para sábado (22), mas não há garantia de que será cumprida.

O Hamas entregou os corpos de Ariel, Kfir e Oded Lifschitz, de 84 anos, junto ao que seria o de Shiri Bibas, todos em caixões pretos. O grupo alega que as crianças e a mãe morreram em bombardeios israelenses, mas Israel nunca confirmou essa versão.

Lifschitz, jornalista e crítico de Netanyahu, publicou um editorial em 2019 no Haaretz defendendo a solução de dois Estados e criticando um acordo que trocou 1.000 prisioneiros palestinos por um soldado israelense sequestrado. Entre os libertados estava Yahya Sinwar, que se tornou líder do Hamas e planejou o ataque de 7 de outubro de 2023. Sinwar foi morto pelo exército de Israel durante a guerra.